O nosso relacionamento com os sentimentos difíceis.

Sentimentos difíceis como a ansiedade e a raiva, mesmo que tentemos controlá-los, costumam estar presentes ao longo da nossa vivência. Para muitas situações da vida, esses sentimentos costumam aparecer para a maioria das pessoas, com alguma variação em sua intensidade, por exemplo quando vamos realizar uma entrevista de emprego para uma vaga muito desejada, sentimos ansiedade no momento da entrevista e até antes quando pensamos sobre como será o momento, é algo normal e esperado, devido a importância de desempenhar bem na entrevista e as implicações de um resultado incerto. Uma frase que gosto e que exemplifica isso é “Doi porque importa”.
A forma como lidamos com esses sentimentos faz uma grande diferença na sua intensidade e maneira como eles impactam nossa vida. Aqui há um conceito importante: O da dor limpa e o da dor suja”.
Dor limpa são esses sentimentos difíceis que estão ligados às situações que vivemos, como a ansiedade de falar em público, a raiva quando presenciamos uma injustiça, a tristeza quando perdemos alguém querido, etc.
Já a dor suja, é o sofrimento gerado quando tentamos evitar a dor limpa, seja por não compreendermos o motivo da dor limpa estar presente ou acreditarmos que há algo de errado conosco por estarmos sentindo ela. Por exemplo, além da ansiedade natural antes de uma entrevista de emprego, podemos ter pensamentos como: “Não deveria estar nervoso”, “Se eu estiver nervoso, não vou me sair bem” e que acabam aumentando o nervosismo, praticamente ficamos “ansiosos por estarmos ansiosos”.
A maneira que lidamos com os sentimentos é um dos focos o tratamento pela abordagem da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), desenvolvendo a habilidade de notar os sentimentos, nos perceber quando estamos tentando resistir a eles, quais concepções temos sobre eles e aprender conviver eles, para realizar o que é importante em nossas vidas, ao invés de estar tentando controlá-los ou abrindo mão do que importa para não sentí-los.