Author: Doutora Talita Spada

Nos transtornos depressivos, a memória é diretamente afetada devido a alterações na estrutura e funcionamento do cérebro. A depressão impacta especialmente a memória de trabalho e a memória episódica, dificultando a retenção e recuperação de informações. Isso ocorre porque o hipocampo, região essencial para a consolidação da memória, pode sofrer redução volumétrica devido ao excesso de cortisol, hormônio do estresse. Além disso, há menor ativação do córtex pré-frontal, comprometendo a atenção e a organização dos pensamentos. Pessoas com depressão tendem a apresentar um viés negativo na recordação de memórias, lembrando-se mais de experiências desagradáveis do que de momentos positivos. Esse …

A depressão, sob a ótica psicanalítica, afeta a tomada de decisão ao comprometer os processos inconscientes que regulam a subjetividade do indivíduo. Freud relaciona a melancolia a um luto não elaborado, no qual a perda simbólica leva à identificação com o objeto perdido, gerando sentimento de culpa e desvalia. Nesse estado, o ego enfraquecido sofre intensa autocrítica, dificultando escolhas assertivas. O sujeito deprimido tende à ruminação e à estagnação, pois o superego se torna rígido e punitivo, intensificando a hesitação e a dúvida. Além disso, o desejo é obscurecido pela apatia, tornando difícil acessar impulsos criativos e motivacionais. O inconsciente, …

Na perspectiva psicanalítica, construir amizades saudáveis envolve a capacidade de estabelecer vínculos baseados em uma troca genuína de afeto, respeito e compreensão. Segundo Freud, a construção de relações interpessoais saudáveis depende da integração dos impulsos inconscientes e da capacidade de se relacionar de maneira autêntica. A amizade, como um espaço de confiança, possibilita o reconhecimento do outro em sua totalidade, sem projeções ou idealizações. Winnicott, por sua vez, destaca a importância do “espaço transicional” dentro da amizade, onde a aceitação e o apoio mútuo criam um ambiente de segurança emocional. Para que a amizade seja duradoura, é necessário que as …

A psicanálise enfatiza que a imposição de limites nas relações é essencial para o equilíbrio emocional e para a preservação da identidade. Freud afirmava que a incapacidade de estabelecer fronteiras adequadas pode levar a conflitos internos e relações desestruturadas. Limites funcionam como um mecanismo de defesa, protegendo o indivíduo de excessos emocionais e evitando a invasão de seu espaço psíquico. Além disso, ao impor limites, a pessoa aprende a respeitar os desejos e necessidades do outro, sem negligenciar suas próprias. Segundo Winnicott, os limites são necessários para a construção de uma convivência saudável, onde as partes podem manter sua individualidade …

O psicólogo pode ser fundamental no processo de reintegração escolar das crianças após as férias, ajudando-as a lidar com a ansiedade ou resistência à volta à rotina. Durante as sessões, o profissional pode trabalhar com a criança questões emocionais como o medo da separação dos pais, a adaptação ao ambiente escolar ou o enfrentamento de desafios sociais e acadêmicos. Técnicas como a escuta ativa e a expressão de sentimentos ajudam a criança a verbalizar suas expectativas e receios. O psicólogo também pode envolver a criança em atividades lúdicas que promovam a ressignificação da escola, tornando o retorno mais agradável. Além …

A fobia social, também conhecida como transtorno de ansiedade social, é um distúrbio psicológico caracterizado por um medo intenso e persistente de situações sociais em que o indivíduo acredita ser julgado ou criticado negativamente pelos outros. Pessoas com fobia social geralmente evitam interações em público, como falar em público, comer em lugares públicos ou até mesmo manter conversas casuais, devido ao medo de serem embaraçadas ou avaliadas de forma desfavorável. Esse transtorno pode afetar diversos aspectos da vida, como o desempenho profissional e acadêmico, bem como as relações interpessoais. Os sintomas incluem sudorese excessiva, tremores, boca seca, taquicardia e, em …

A avaliação neuropsicológica pode ser extremamente útil na compreensão dos transtornos depressivos, pois permite uma análise detalhada das funções cognitivas e emocionais do indivíduo. Esse processo envolve a aplicação de testes que medem funções como atenção, memória, linguagem, raciocínio, percepção e habilidades motoras. No caso da depressão, é comum que haja prejuízos nas funções executivas, como tomada de decisão e planejamento, além de alterações na memória de curto prazoe na capacidade de concentração. A avaliação também pode identificar distúrbios emocionais, como anedonia (dificuldade em sentir prazer), sentimentos de inutilidade e apatia, frequentemente presentes em quadros depressivos.Além disso, essa avaliação ajuda …