Você controla tudo?
O desejo de controle passou a ser tão freqüente na sociedade atual que parece cada vez mais naturalizado, como se fosse uma condição longe de qualquer necessidade de questionamento, que “faz parte”, um comportamento inofensivo. Mas a verdade é que por trás da grande quantidade de mensagens, ligações, listas, agendas, planilhas, há um medo insano de enfrentar a própria falha, o erro, o fracasso e a frustração. Existe uma insegurança enorme sobre a capacidade de dar conta emocionalmente do futuro. Sobre ter repertório, aparato emocional, recursos para lidar com os desdobramentos que a vida oferece e por isso há uma …
Gosto musical e personalidade
Quando ouvimos uma música, existem pelo menos três propriedades musicais que influenciam no quanto iremos apreciá-la, a depender de cada ouvinte em particular. As propriedades são: Valência Profundidade Excitabilidade Vamos entender um pouco sobre elas. A valência é o quanto a música remete à sentimentos de felicidade, diversão, entusiasmo ou tristeza e melancolia. A profundidade por sua vez capta o quanto a música é sofisticada, inteligente e, como o nome sugere, profunda. A excitabilidade está relacionada com o quanto a música é intensa e forte. Pessoas com maiores níveis de conscienciosidade e agradabilidade tendem a preferir músicas mais suaves, enquanto …
Epilepsia
Tudo o que fazemos, sentimos e pensamos na nossa cotidianidade mediana depende de uma boa comunicação entre os neurônios. Porém, às vezes pode acontecer uma propagação descontrolada de impulsos elétricos, que acontecem de se espalharem por diferentes partes do cérebro, causando alterações inesperadas no comportamento, nas sensações ou no nível de consciência do indivíduo, a depender da área cerebral afetada. Mudanças desse tipo são chamadas de crises epiléticas, podendo essa crise epilética ser ou não do tipo convulsiva, o que configura uma das principais características do que conhecemos por epilepsia. A epilepsia é uma condição médica na qual a pessoa …
Automutilação
Por que alguém se machucaria de propósito? E ainda por cima se machucaria não apenas uma vez, mas regularmente? A autolesão não suicida ocorre quando alguém danifica alguma parte do próprio corpo intencionalmente, mas sem a intenção de se matar. Essa lesão também é feita de uma maneira que não é aceita socialmente, como parte normal em algumas culturas. Uma das formas mais comuns de autolesão é a automutilação ou o corte de alguma parte do corpo. Outras formas comuns incluem queimar alguma parte do corpo, quebrar ossos, gerar hematomas e por aí vai. As autogestões tendem a surgir principalmente …
Atividade Física
Porque é tão difícil praticar atividade física? A atividade física é contra a natureza humana, se formos pegar o exemplo dos animais, nenhum deles desperdiçam energia, só gastam energia em três situações: sexo, comida e fuga de predadores. Se estas três necessidades estiverem satisfeitas, eles ficam parados descansando. O nosso cérebro foi moldado em uma época de escassez de comida, por isso, tendemos a ingerir o máximo de alimentos que podemos, igual faziam nossos ancestrais. Após a refeição, nossa tendência é ficarmos parados, sem fazer exercícios. A sensação positiva que temos com a atividade física não aparece durante o exercício, …
Quem foi Wilhelm Dilthey
Wilhelm Dilthey (1833-1911) foi um filósofo alemão, reconhecido por seu trabalho visando a distinção entre as Ciências Naturais e as Ciências Humanas. Ocupou o título de professor catedrático da Universidade de Berlim desde 1882 até sua morte em 1911. A distinção entre o estudo da Ciência Natural e Humana Dilthey, nos seus primeiros anos de trabalho, debruçou-se sobre a divisão entre aquilo que é natural, ou “explicável”, e aquilo que é humano, ou “compreensível”. Um explicação é algo que é derivado a partir de inferências, e é generalizável, racional — como o estudo de elementos que interagem de maneira regular. …
Racismo e Saúde Mental
O ponto de partida deste texto é uma reflexão sobre racismo e seu impacto na saúde mental. Racismo é um fenômeno social cujo cerne consiste em atribuir a uma determinado grupo éticno valores negativos: como selvagens, agressivos, mal educados, feios, etc. Por outro lado, o sentimento de inferioridade é um fenômeno – mais comum do que imaginamos – de uma dimensão psicológica, onde o indivíduo desvaloriza a si próprio. É possível que um fenômeno de uma dimensão social (o racismo) esteja associado com um fenômeno subjetivo (sentimento de inferioridade)? Caso sim, como se dará esse processo? Acerca desse assunto – …
Transtorno dismórfico corporal
Atualmente, com o grande aumento do uso de filtros nas redes sociais, assim como o número de cirurgias plásticas realizadas, percebemos uma alta na frequência de pacientes maximizando suas imperfeições e diminuindo suas qualidades. Em decorrência a isto, é necessário explicarmos sobre o transtorno dismórfico corporal como forma de alertarmos as pessoas sobre o assunto. Este transtorno é caracterizado por uma distorção da autoimagem, também é conhecido como síndrome do Snapchat. O TDC gera insegurança em decorrência da não aceitação da autoimagem, assim como uma necessidade de aceitação social. Os sintomas gerados são ansiedade e angústia nas interações realizadas nas …
A ciência do sono
Da hora em que você adormece até o momento em que desperta, seu corpo passa por diferentes fases que possuem características fisiológicas, neuroquímicas e metabólicas específicas. Existem duas fases principais do sono, que se alteram entre quatro a seis vezes, a cada noventa minutos ao longo de uma noite, em ciclos. As duas fases são o sono REM (Rapid Eye Movement) e o Sono Não REM. No sono REM acontece uma atividade neural mais rápida, dá-se um maior relaxamento muscular e um maior número de movimentos oculares rápidos, que dão nome à fase. É também durante o REM que ocorrem …
Luto perinatal
As perdas gestacionais são de natureza bastante frequente, já que 25% das gestações não avançam no primeiro trimestre, após terem sido confirmadas. De natureza menos frequente, mas igualmente importante de se comentar, são as mortes perinatais, ou seja, morte do bebê na barriga em momentos mais avançados ou logo após o parto. Porém pouco se fala sobre as consequências emocionais dessas perdas para a família. Temos tendência a querer esquecer isso, deixar isso para trás. Muito comum nos escondermos atrás de frases como: “mas você já tem um filho”, “pelo menos você sabe que pode engravidar”, “foi melhor assim, agora …