Somatização – Quando o nosso psicológico reflete em nosso corpo

A Somatização é um fenômeno em que o corpo passa a ter sintomas físicos reais como dores, fadiga, desequilíbrio ou até perda de movimento, e que, em vez de serem explicados por alterações orgânicas, decorrem de estados emocionais. É importante enfatizar que quem sofre com somatização não está fingindo, os sintomas são reais e muitas vezes o indivíduo não tem consciência do motivo do seu corpo reagir dessa forma.
Em uma perspectiva da Psicologia Comportamental, a somatização é algo aprendido ao longo da vida, por exemplo, para uma pessoa que cresceu em um ambiente familiar em que apresentar sintomas físicos trazia consequências positivas como receber mais atenção dos familiares quando tinha dor de cabeça ou ser poupado de realizar tarefas desagradáveis por estar com dor, poderia aprender a apresentar esses sintomas com mais frequência, ainda mais se queixas emocionais como “estou triste” são mal recebidas ou ignoradas, enquanto queixas físicas são validadas. O “ter dor”, mesmo que de forma inconsciente, tem uma função para a vida da pessoa.
Outro fator que pode influenciar na somatização é o convívio com pessoas que também apresentam sintomas físicos quando estão impactados emocionalmente. Por exemplo, ao crescer com uma mãe que, diante de situações de tristeza, ficava acamada, a criança pode perceber que expressar sofrimento emocional por meio do corpo é uma forma de lidar com os sentimentos. Com o tempo, essa pode virar a principal forma de lidar com os estados emocionais negativos.
A terapia pode ser essencial para a melhora dos sintomas somatizados, pois ajuda o indivíduo a desenvolver maior consciência sobre o que sente e lidar com a forma que seu corpo reage aos estados emocionais. Com o apoio de um profissional, é possível identificar padrões de comportamento aprendidos ao longo da vida que contribuem para a ocorrência dos sintomas físicos e aprender formas mais saudáveis de expressar emoções.