Síndrome de Capgras
Conheça o distúrbio psiquiátrico no qual a pessoa acredita erroneamente que alguém próximo a ela, geralmente um familiar ou amigo, foi substituído por um impostor idêntico. Esta crença delirante pode também se estender a objetos e animais.
Por Drª Cristiane Beckert
A Síndrome de Capgras foi descrita pela primeira vez em 1923 pelos psiquiatras franceses Joseph Capgras e Jean Reboul-Lachaux. Eles publicaram um artigo sobre uma paciente que acreditava que várias pessoas em sua vida haviam sido substituídas por impostores idênticos. Essa condição foi posteriormente nomeada em homenagem a Joseph Capgras.
A incidência exata da Síndrome de Capgras não é bem estabelecida, pois é considerada um distúrbio raro e muitas vezes ocorre em conjunto com outras condições psiquiátricas ou neurológicas, o que pode dificultar a sua identificação e diagnóstico isolado.
Estima-se que a Síndrome de Capgras afeta uma pequena porcentagem da população, sendo mais comum entre indivíduos com esquizofrenia, demências e aqueles que sofreram lesões cerebrais traumáticas. Alguns estudos sugerem que a prevalência pode ser maior em populações psiquiátricas, particularmente entre aqueles com esquizofrenia paranoide.
Por ser um delírio específico, muitas vezes a síndrome é subdiagnosticada ou não relatada separadamente nas estatísticas de saúde mental, o que contribui para a dificuldade em determinar sua incidência real.
Características principais da Síndrome de Capgras incluem:
- Crença Delirante: A pessoa está convencida de que alguém próximo foi substituído por um impostor, apesar de todas as evidências em contrário.
- Desconfiança e Paranoia: Muitas vezes, há uma desconfiança profunda em relação ao suposto impostor, o que pode gerar ansiedade e angústia.
- Reconhecimento Físico: Embora o indivíduo reconheça fisicamente a pessoa como idêntica ao seu ente querido, emocionalmente ou cognitivamente, acredita que essa pessoa foi substituída.
O tratamento geralmente envolve a terapia medicamentosa com psicoterapia individual ou familiar.
Bibliografia:
DE CASTRO, B. T.; RIBEIRO, D. N.; QUEIROZ, Ícaro de L.; MARTINS, J. F. F.; BRANQUINHO, I. V.; DE SÁ, R. M. A.;
LEITÃO, W. de S.; ARRIGHI, B. B.; LIMA, B. M. B.; POSCHINGER, A. K. P.; MACÊDO, R. K. A. Síndrome de Capgras:
uma abordagem diagnóstica, evolução clínica e revisão. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 6, n. 5, p.
21274–21280, 2023.
A psicologia sempre significou um campo de interesse para mim.
Desde muito cedo me intrigava sobre “Como nos tornamos nós mesmos?”.
Por isso resolvi me tornar psicóloga, para conseguir compreender o ser humano de modo amplo e científico, como indivíduo e dentro das esferas familiares e sociais.
Durante a faculdade pude conhecer inúmeras abordagens, dentre as quais me identifiquei com a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) e com a Neuropsicologia.
A TCC permite que investiguemos com o paciente seus padrões de pensamento e crenças que podem estar influenciando negativamente sua saúde mental, propondo um modelo organizado de atendimento e traçando objetivos a serem almejados.
Já a Neuropsicologia é um campo de estudo que permite que possamos avaliar o funcionamento do cérebro por meio de testes, atividades e do uso de escalas ecológicas que avaliam o grau de aparecimento de sintomas de uma determinada doença ou transtorno. O relatório da avaliação neuropsicológica permite que sejam traçadas as melhores formas de intervir com o paciente de acordo com seu perfil cognitivo, realizando encaminhamentos e dando suporte às suas dificuldades.
Realizei especialização em Avaliação Neuropsicológica Infantil pela UNIFESP e Avaliação Neuropsicológica pela USP, além cursos de formação em Terapia Cognitivo Comportamental, Reabilitação Cognitiva e Psicologia Jurídica. Sou parte da equipe Mancini Psiquiatria e também atuo como pesquisadora no Núcleo de Avaliação Neuropsicológica Infantil (NANI) da UNIFESP.
Nos meus atendimentos sempre prezo pela ética, olhando o paciente de modo humano, buscando compreender suas dificuldades e potencialidades, proporcionando um ambiente de acolhimento e segurança.
Artigos recentes
Mancini Psiquiatria
