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Estigma e Sofrimento

13 de junho de 2025
Por: Doutora Cristiane Beckert
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Estigma e Sofrimento

Cristiane Beckert

No contexto social e psicológico, o termo estigma se refere a uma marca, característica ou reputação que leva uma pessoa ou grupo a ser visto de forma negativa e desvalorizada pelos outros. Essa marca, que pode ser visível (como uma deficiência física) ou invisível (como uma doença mental), desvia o indivíduo do que é considerado “normal” ou socialmente aceitável em uma determinada cultura.

O sociólogo Erving Goffman, em sua obra “Estigma: Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada”, aprofundou esse conceito, definindo o estigma como uma discrepância entre a identidade social virtual (o que se espera da pessoa) e a identidade social real (o que a pessoa de fato é). Essa diferença faz com que o indivíduo seja desacreditado e transformado de uma pessoa “completa e ordinária” em alguém “manchado” e “inferior”.

A manifestação do estigma, em suas diversas formas – seja por características físicas, doenças, condições sociais, etnia ou orientação sexual – não é apenas um fenômeno sociológico, mas um potente catalisador de trauma e sofrimento psicológico, tanto em nível macro-social quanto nas micro-interações familiares.

Em uma escala macro, o estigma institucionalizado e culturalmente arraigado pode levar à marginalização sistemática. Indivíduos ou grupos estigmatizados frequentemente enfrentam barreiras intransponíveis no acesso à educação, saúde, emprego e justiça. Essa privação de direitos e oportunidades gera um ciclo vicioso de desvantagem, perpetuando a exclusão e corroendo a autoestima. A constante exposição a preconceitos, discriminações e atitudes desvalorizantes pode resultar em estresse crônico, contribuindo para o desenvolvimento de transtornos como depressão, ansiedade e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). O “estigma internalizado” é particularmente insidioso, onde a pessoa estigmatizada assimila as visões negativas da sociedade sobre si mesma, levando à autodesvalorização e, em casos extremos, à autolesão.

No ambiente familiar, o estigma se manifesta de maneiras igualmente devastadoras, embora muitas vezes mais sutis e complexas. Quando um membro da família é estigmatizado, seja por uma condição de saúde, uma deficiência ou uma identidade social não convencional, a dinâmica familiar pode ser profundamente alterada. Há algumas manifestações comuns:

  • Vergonha e Culpa: Familiares podem sentir vergonha ou culpa em relação ao estigma do parente, resultando em segredo e isolamento social da unidade familiar. Isso pode gerar um ambiente de negação e falta de apoio, onde o sofrimento do indivíduo estigmatizado é minimizado ou ignorado.
  • Rejeição e Afastamento: Em casos extremos, o estigma pode levar à rejeição e ao afastamento por parte dos próprios familiares. O medo do julgamento social ou a dificuldade em lidar com a diferença podem fazer com que laços afetivos sejam rompidos, privando o indivíduo de um dos pilares mais importantes de suporte emocional.
  • Sobrecarga e Esgotamento: Cuidadores de indivíduos estigmatizados (especialmente em condições crônicas ou deficiências) podem experimentar sobrecarga física e emocional, contribuindo para o esgotamento (burnout) e problemas de saúde mental, sem o devido reconhecimento e apoio social.
  • Trauma Vicário: Familiares podem sofrer “trauma vicário” ao testemunhar e absorver o sofrimento e a discriminação enfrentados pelo ente querido estigmatizado. A dor da injustiça e da impotência diante da opressão pode ter um impacto psicológico significativo.
  • Comunicação Disfuncional: O estigma pode gerar padrões de comunicação disfuncionais, onde certos temas são tabu ou há uma constante necessidade de “proteger” a reputação familiar, impedindo uma expressão autêntica de sentimentos e necessidades.

O estigma, analisado pela ótica goffmaniana, revela-se como uma força social poderosa com consequências psicológicas e sociais deletérias. Seja na esfera pública ou na intimidade do lar, a marca do estigma não apenas deteriora a identidade, mas também produz um profundo e duradouro sofrimento, exigindo uma abordagem multifacetada que inclua a desconstrução de preconceitos, a promoção da empatia e o fortalecimento de redes de apoio para aqueles que carregam essa carga. A psicoterapia desempenha um papel crucial no auxílio ao sofrimento causado pelo estigma, atuando em diversas frentes para mitigar seus impactos psicológicos e promover a resiliência. O processo pode ajudar o indivíduo a passar de uma posição de vítima para uma posição de agência, onde ele se sente capaz de influenciar sua própria vida e, talvez, até mesmo desafiar o estigma em um contexto mais amplo (seja por meio de ativismo ou simplesmente vivendo uma vida plena).

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CRISTIANE BECKERT
Author Details
Doutora Cristiane Beckert

A psicologia sempre significou um campo de interesse para mim.

Desde muito cedo me intrigava sobre “Como nos tornamos nós mesmos?”.

Por isso resolvi me tornar psicóloga, para conseguir compreender o ser humano de modo amplo e científico, como indivíduo e dentro das esferas familiares e sociais.

Durante a faculdade pude conhecer inúmeras abordagens, dentre as quais me identifiquei com a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) e com a Neuropsicologia.

A TCC permite que investiguemos com o paciente seus padrões de pensamento e crenças que podem estar influenciando negativamente sua saúde mental, propondo um modelo organizado de atendimento e traçando objetivos a serem almejados.

Já a Neuropsicologia é um campo de estudo que permite que possamos avaliar o funcionamento do cérebro por meio de testes, atividades e do uso de escalas ecológicas que avaliam o grau de aparecimento de sintomas de uma determinada doença ou transtorno. O relatório da avaliação neuropsicológica permite que sejam traçadas as melhores formas de intervir com o paciente de acordo com seu perfil cognitivo, realizando encaminhamentos e dando suporte às suas dificuldades.

Realizei especialização em Avaliação Neuropsicológica Infantil pela UNIFESP e Avaliação Neuropsicológica pela USP, além cursos de formação em Terapia Cognitivo Comportamental, Reabilitação Cognitiva e Psicologia Jurídica. Sou parte da equipe Mancini Psiquiatria e também atuo como pesquisadora no Núcleo de Avaliação Neuropsicológica Infantil (NANI) da UNIFESP.

Nos meus atendimentos sempre prezo pela ética, olhando o paciente de modo humano, buscando compreender suas dificuldades e potencialidades, proporcionando um ambiente de acolhimento e segurança.

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Doutora Cristiane Beckert
A psicologia sempre significou um campo de interesse para mim. Desde muito cedo me intrigava sobre “Como nos tornamos nós mesmos?”. Por isso resolvi me tornar psicóloga, para conseguir compreender o ser humano de modo amplo e científico, como indivíduo e dentro das esferas familiares e sociais. Durante a faculdade pude conhecer inúmeras abordagens, dentre as quais me identifiquei com a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) e com a Neuropsicologia. A TCC permite que investiguemos com o paciente seus padrões de pensamento e crenças que podem estar influenciando negativamente sua saúde mental, propondo um modelo organizado de atendimento e traçando objetivos a serem almejados. Já a Neuropsicologia é um campo de estudo que permite que possamos avaliar o funcionamento do cérebro por meio de testes, atividades e do uso de escalas ecológicas que avaliam o grau de aparecimento de sintomas de uma determinada doença ou transtorno. O relatório da avaliação neuropsicológica permite que sejam traçadas as melhores formas de intervir com o paciente de acordo com seu perfil cognitivo, realizando encaminhamentos e dando suporte às suas dificuldades. Realizei especialização em Avaliação Neuropsicológica Infantil pela UNIFESP e Avaliação Neuropsicológica pela USP, além cursos de formação em Terapia Cognitivo Comportamental, Reabilitação Cognitiva e Psicologia Jurídica. Sou parte da equipe Mancini Psiquiatria e também atuo como pesquisadora no Núcleo de Avaliação Neuropsicológica Infantil (NANI) da UNIFESP. Nos meus atendimentos sempre prezo pela ética, olhando o paciente de modo humano, buscando compreender suas dificuldades e potencialidades, proporcionando um ambiente de acolhimento e segurança.

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