Como funciona a reabilitação cognitiva para dependentes químicos?
Por Cristiane Beckert
A reabilitação cognitiva para dependentes químicos visa restaurar ou melhorar as funções cognitivas prejudicadas pelo uso prolongado de substâncias, como memória, atenção, raciocínio, tomada de decisões e controle inibitório. O uso de drogas, especialmente em longo prazo, pode causar danos ao cérebro, alterando circuitos responsáveis por essas habilidades. O tratamento cognitivo é uma parte essencial da recuperação, pois as funções cognitivas estão diretamente ligadas à capacidade da
pessoa de manter a sobriedade, lidar com estresse e evitar recaídas.
Aqui estão algumas abordagens comuns na reabilitação cognitiva para dependentes
químicos:
- Treinamento Cognitivo: Utiliza exercícios estruturados, geralmente
computadorizados, para melhorar habilidades como atenção, memória e
planejamento. Pode incluir jogos cognitivos ou programas especializados. - Terapias Ocupacionais e Atividades Estimulantes: Atividades práticas e que
envolvem planejamento e execução ajudam a estimular funções cognitivas. Essas
atividades podem incluir trabalhos manuais, arte e tarefas do cotidiano que exijam
raciocínio. - Reestruturação Cognitiva: Trabalha na modificação de crenças e pensamentos
automáticos negativos, que podem contribuir para o uso de substâncias. A ideia é
reestruturar a forma como a pessoa percebe os eventos e situações, criando uma
perspectiva mais saudável. - Educação Psicoeducacional: Fornece informações sobre como o uso de
substâncias afeta o cérebro, ajudando o paciente a entender a importância de cuidar
da saúde mental e física para a recuperação. - Suporte Psicossocial: A terapia familiar e intervenções sociais também são
essenciais, pois promovem um ambiente de suporte que ajuda a consolidar as
mudanças cognitivas e comportamentais.
O sucesso da reabilitação cognitiva depende da adesão ao tratamento, da gravidade do comprometimento cognitivo e da presença de outros fatores, como doenças mentais associadas. O acompanhamento contínuo é importante para avaliar o progresso e ajustar as intervenções conforme necessário.
A psicologia sempre significou um campo de interesse para mim.
Desde muito cedo me intrigava sobre “Como nos tornamos nós mesmos?”.
Por isso resolvi me tornar psicóloga, para conseguir compreender o ser humano de modo amplo e científico, como indivíduo e dentro das esferas familiares e sociais.
Durante a faculdade pude conhecer inúmeras abordagens, dentre as quais me identifiquei com a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) e com a Neuropsicologia.
A TCC permite que investiguemos com o paciente seus padrões de pensamento e crenças que podem estar influenciando negativamente sua saúde mental, propondo um modelo organizado de atendimento e traçando objetivos a serem almejados.
Já a Neuropsicologia é um campo de estudo que permite que possamos avaliar o funcionamento do cérebro por meio de testes, atividades e do uso de escalas ecológicas que avaliam o grau de aparecimento de sintomas de uma determinada doença ou transtorno. O relatório da avaliação neuropsicológica permite que sejam traçadas as melhores formas de intervir com o paciente de acordo com seu perfil cognitivo, realizando encaminhamentos e dando suporte às suas dificuldades.
Realizei especialização em Avaliação Neuropsicológica Infantil pela UNIFESP e Avaliação Neuropsicológica pela USP, além cursos de formação em Terapia Cognitivo Comportamental, Reabilitação Cognitiva e Psicologia Jurídica. Sou parte da equipe Mancini Psiquiatria e também atuo como pesquisadora no Núcleo de Avaliação Neuropsicológica Infantil (NANI) da UNIFESP.
Nos meus atendimentos sempre prezo pela ética, olhando o paciente de modo humano, buscando compreender suas dificuldades e potencialidades, proporcionando um ambiente de acolhimento e segurança.
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