Como as dificuldades na comunicação entre pais separados podem impactar seus filhos?
A relação entre pais separados pode impactar negativamente o desenvolvimento dos filhos quando há conflitos frequentes, ausência de comunicação ou comportamentos que colocam a criança no centro das disputas. Esse tipo de dinâmica pode gerar insegurança emocional, dificuldades de socialização, baixo desempenho escolar e até problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Abaixo estão os principais fatores de risco:
- Conflito constante: Discussões abertas ou indiretas na frente da criança
podem causar estresse emocional, levando a sentimentos de culpa e confusão. - Alienação parental: Quando um dos pais tenta afastar a criança do
outro, isso pode prejudicar o vínculo afetivo e causar sofrimento psicológico. - Inconsistência nas regras: Diferenças significativas no estilo de criação
entre os pais podem gerar confusão e insegurança. - Exposição ao desprezo ou crítica: Comentários negativos sobre o outro
genitor prejudicam a imagem da criança sobre ele e afetam sua própria autoestima. - Falta de comunicação: A ausência de diálogo entre os pais pode
dificultar a coordenação das responsabilidades parentais e impactar a estabilidade da
criança.
A criança que está sendo impactada pode apresentar mudanças de comportamento,
como agressividade ou retraimento, queda no desempenho escolar ou falta de
interesse em atividades que antes eram prazerosas, até mesmo regressão no
comportamento (ex.: voltar a chupar o dedo, ser mais dependente).
Caso você se identifique com situações semelhantes a esta recomendamos e se
preocupe com o bem-estar dos seus filhos recomendamos algumas estratégias:
- Priorizar o bem-estar da criança
- Coloque as necessidades da criança em primeiro lugar: Mantenha o
foco no desenvolvimento emocional saudável dela, mesmo que existam desavenças
entre os pais. - Evite expor a criança aos conflitos: Qualquer desentendimento entre os
pais deve ser tratado longe da criança.
- Estabelecer uma comunicação saudável entre os pais
- Seja objetivo e respeitoso: Trate os assuntos relacionados à criança de
maneira prática, sem acusações ou provocações. - Use intermediários, se necessário: Em casos de alto conflito, aplicativos
ou mediadores podem ajudar a organizar a comunicação.
- Manter consistência na criação
- Regras e rotinas compartilhadas: Tente alinhar horários, valores e
limites em ambas as casas para oferecer estabilidade. - Evite competição: Não tente ganhar o afeto da criança com presentes
ou permissividade.
- Preservar a imagem do outro genitor
- Evite críticas na presença da criança: Mantenha uma postura neutra ou
positiva, ajudando-a a construir uma relação saudável com ambos os pais. - Encoraje o vínculo: Incentive a convivência e o respeito mútuo, mesmo
que haja divergências entre os pais.
- Buscar suporte emocional para a criança
- Valide os sentimentos: Ajude a criança a expressar o que sente,
mostrando que é normal ter emoções confusas. - Terapia infantil: Um psicólogo pode ajudar a criança a lidar com os
desafios emocionais de forma saudável.
- Cuidar da saúde emocional dos pais
- Evite sobrecarregar a criança: Não a transforme em confidente ou
intermediária para resolver questões entre os pais. - Procure ajuda, se necessário: Pais que lidam com estresse ou mágoas
intensas podem se beneficiar de terapia individual ou familiar.
O impacto da separação depende mais da qualidade da relação entre os pais do que da separação em si. Quando os pais conseguem manter uma relação cooperativa e focada no bem-estar da criança, ela pode se adaptar à nova realidade de forma mais saudável. O segredo está na comunicação, no respeito mútuo e no cuidado constante com as necessidades emocionais do filho.
A psicologia sempre significou um campo de interesse para mim.
Desde muito cedo me intrigava sobre “Como nos tornamos nós mesmos?”.
Por isso resolvi me tornar psicóloga, para conseguir compreender o ser humano de modo amplo e científico, como indivíduo e dentro das esferas familiares e sociais.
Durante a faculdade pude conhecer inúmeras abordagens, dentre as quais me identifiquei com a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) e com a Neuropsicologia.
A TCC permite que investiguemos com o paciente seus padrões de pensamento e crenças que podem estar influenciando negativamente sua saúde mental, propondo um modelo organizado de atendimento e traçando objetivos a serem almejados.
Já a Neuropsicologia é um campo de estudo que permite que possamos avaliar o funcionamento do cérebro por meio de testes, atividades e do uso de escalas ecológicas que avaliam o grau de aparecimento de sintomas de uma determinada doença ou transtorno. O relatório da avaliação neuropsicológica permite que sejam traçadas as melhores formas de intervir com o paciente de acordo com seu perfil cognitivo, realizando encaminhamentos e dando suporte às suas dificuldades.
Realizei especialização em Avaliação Neuropsicológica Infantil pela UNIFESP e Avaliação Neuropsicológica pela USP, além cursos de formação em Terapia Cognitivo Comportamental, Reabilitação Cognitiva e Psicologia Jurídica. Sou parte da equipe Mancini Psiquiatria e também atuo como pesquisadora no Núcleo de Avaliação Neuropsicológica Infantil (NANI) da UNIFESP.
Nos meus atendimentos sempre prezo pela ética, olhando o paciente de modo humano, buscando compreender suas dificuldades e potencialidades, proporcionando um ambiente de acolhimento e segurança.
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