ID, Ego e SuperEgo
No último texto apresentamos brevemente quem foi Sigmund Freud, e sua primeira tópica, em especial o conceito do inconsciente. O objetivo deste texto é comentar um pouco sobre a segunda tópica: Id, Ego e Superego. Por que Id, Ego e Superego? A primeira estruturação do aparelho psíquico teorizada por Freud é do consciente e inconsciente (também o pré-consciente, que serviria como barreira entre os dois). No entanto, com o tempo, tal maneira de se dividir a vida psíquica não era mais suficiente para explicar os fenômenos observados na clínica: em especial a noção de “agência” e sua interação com os …
Quem foi Sigmund Freud
Sigmund Freud (1856-1939) foi um neurologista austriaco, de origem judaica. É considerado o fundador da psicanálise, tendo seu nome até hoje como metonímia para esta disciplina. Sua fama foi tamanha que tornou-se uma figura da cultura popular (como na expressão popular brasileira “Freud explica”). A teoria psicanalítica (e a contribuição de Freud) foram muito importantes para a psiquiatria, com influências na visão dos transtornos psiquiátricos e seu tratamento. De maneira geral, divide-se o trabalho de Freud em 2 grandes “tópicas”: a divisao do psiquismo em consciente/inconsciente, e a divisão do psiquismo em Id/Ego/Superego. Falaremos um pouco neste texto sobre o …
O que ocorre no luto normal? É normal sofrer? PARTE II
No texto anterior falamos sobre o luto normal. Foi explicado que apesar de ser um processo natural o luto por envolver perdas e separações traz consigo sofrimentos, e que o fato da expressão envolver o termo normal não significa, porém, se tratar de um processo ausente de dificuldades. Também foi mencionado que o luto normal engloba uma série de comportamentos e sentimentos de modo que o psicólogo William Worden os classificou em quatro categorias principais: sentimentos, sensações físicas, cognições e comportamentos. O texto anterior (PARTE I) foi dedicado à explicação dos sentimentos. Desta vez focaremos na questão das sensações físicas …
Gosto musical e personalidade
Quando ouvimos uma música, existem pelo menos três propriedades musicais que influenciam no quanto iremos apreciá-la, a depender de cada ouvinte em particular. As propriedades são: Valência Profundidade Excitabilidade Vamos entender um pouco sobre elas. A valência é o quanto a música remete à sentimentos de felicidade, diversão, entusiasmo ou tristeza e melancolia. A profundidade por sua vez capta o quanto a música é sofisticada, inteligente e, como o nome sugere, profunda. A excitabilidade está relacionada com o quanto a música é intensa e forte. Pessoas com maiores níveis de conscienciosidade e agradabilidade tendem a preferir músicas mais suaves, enquanto …
Epilepsia
Tudo o que fazemos, sentimos e pensamos na nossa cotidianidade mediana depende de uma boa comunicação entre os neurônios. Porém, às vezes pode acontecer uma propagação descontrolada de impulsos elétricos, que acontecem de se espalharem por diferentes partes do cérebro, causando alterações inesperadas no comportamento, nas sensações ou no nível de consciência do indivíduo, a depender da área cerebral afetada. Mudanças desse tipo são chamadas de crises epiléticas, podendo essa crise epilética ser ou não do tipo convulsiva, o que configura uma das principais características do que conhecemos por epilepsia. A epilepsia é uma condição médica na qual a pessoa …
Automutilação
Por que alguém se machucaria de propósito? E ainda por cima se machucaria não apenas uma vez, mas regularmente? A autolesão não suicida ocorre quando alguém danifica alguma parte do próprio corpo intencionalmente, mas sem a intenção de se matar. Essa lesão também é feita de uma maneira que não é aceita socialmente, como parte normal em algumas culturas. Uma das formas mais comuns de autolesão é a automutilação ou o corte de alguma parte do corpo. Outras formas comuns incluem queimar alguma parte do corpo, quebrar ossos, gerar hematomas e por aí vai. As autogestões tendem a surgir principalmente …
Atividade Física
Porque é tão difícil praticar atividade física? A atividade física é contra a natureza humana, se formos pegar o exemplo dos animais, nenhum deles desperdiçam energia, só gastam energia em três situações: sexo, comida e fuga de predadores. Se estas três necessidades estiverem satisfeitas, eles ficam parados descansando. O nosso cérebro foi moldado em uma época de escassez de comida, por isso, tendemos a ingerir o máximo de alimentos que podemos, igual faziam nossos ancestrais. Após a refeição, nossa tendência é ficarmos parados, sem fazer exercícios. A sensação positiva que temos com a atividade física não aparece durante o exercício, …
Quais são os sentimentos no luto normal? É normal sofrer?
Vivenciar o luto é um processo que faz parte da vida. Por mais que pareça contraditória esta frase, viver traz consigo essa tarefa que envolve sofrimento, perdas e questionamentos. Não são todos, porém, que conseguem passar por este momento, de modo que este processo se torna algo extremamente difícil e sofrido. Contudo, há também aqueles que vivenciam este momento, sofrem, mas conseguem seguir em frente. O luto normal envolve uma série de sentimentos e comportamentos característicos de uma perda. O fato da palavra “normal” fazer parte da expressão não significa que não haverá tristeza e sofrimento. Erich Lindemann foi um …
Quem foi Wilhelm Dilthey
Wilhelm Dilthey (1833-1911) foi um filósofo alemão, reconhecido por seu trabalho visando a distinção entre as Ciências Naturais e as Ciências Humanas. Ocupou o título de professor catedrático da Universidade de Berlim desde 1882 até sua morte em 1911. A distinção entre o estudo da Ciência Natural e Humana Dilthey, nos seus primeiros anos de trabalho, debruçou-se sobre a divisão entre aquilo que é natural, ou “explicável”, e aquilo que é humano, ou “compreensível”. Um explicação é algo que é derivado a partir de inferências, e é generalizável, racional — como o estudo de elementos que interagem de maneira regular. …
Racismo e Saúde Mental
O ponto de partida deste texto é uma reflexão sobre racismo e seu impacto na saúde mental. Racismo é um fenômeno social cujo cerne consiste em atribuir a uma determinado grupo éticno valores negativos: como selvagens, agressivos, mal educados, feios, etc. Por outro lado, o sentimento de inferioridade é um fenômeno – mais comum do que imaginamos – de uma dimensão psicológica, onde o indivíduo desvaloriza a si próprio. É possível que um fenômeno de uma dimensão social (o racismo) esteja associado com um fenômeno subjetivo (sentimento de inferioridade)? Caso sim, como se dará esse processo? Acerca desse assunto – …