Armadilhas da Mente

De maneira geral temos uma mente muito boa para solucionar problemas ao nosso redor, podemos focar em um problema, pensar em hipóteses, pô-las em prática e analisar se o problema está resolvido ou se é necessário pensar em outros métodos. É uma habilidade essencial para a nossa sobrevivência como espécie e fazemos uso dela quase todos os dias, seja no trabalho, para a manutenção de nossas casas, organizar nossas rotinas, etc.
Contudo, essa mesma habilidade que nos é útil em boa parte do tempo, também pode nos trazer sofrimento quando tentamos aplicá-la a pensamentos e sentimentos desagradáveis. Quando tratamos as nossas experiências internas como problemas a serem resolvidos, entramos em uma luta constante para “consertar” o que sentimos ou pensamos. É um esforço que, paradoxalmente, pode piorar a forma como nos sentimos, causando ruminação, frustração e autojulgamento, sendo que, muitas das vezes, esses sentimentos e pensamentos são naturais a uma vivência que estamos passando.
É uma postura que além de poder causar mais dor, também nos impede de aprender com esses sentimentos e o que a sua presença tem a dizer sobre o que é importante para nós. Por isso, parte importante do processo da terapia é o desenvolvimento da habilidade de acolher os nossos pensamentos e sentimentos, para podermos ter uma vida com eles, ao invés de vivermos em “guerra” contra eles.