Ainda Estou Aqui: uma reflexão sobre a senilidade
O filme Ainda Estou Aqui se destaca não apenas como uma obra cinematográfica emocionante, mas também como uma janela sensível para um tema urgente: o impacto da demência, especialmente da doença de Alzheimer, na vida de pacientes e familiares. Em um país como o Brasil, onde o envelhecimento da população cresce a cada ano, filmes que abordam questões como a perda de autonomia, o esquecimento e o apagamento progressivo da identidade são fundamentais para abrir espaço para o debate e, principalmente, para a conscientização sobre os cuidados e o respeito que os idosos merecem.
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, atingindo cerca de 1,2 milhão de brasileiros, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). O Alzheimer representa uma jornada dolorosa, marcada por danos cognitivos progressivos, como a perda de memória, dificuldades de orientação, desorganização de pensamentos e perda da capacidade de realizar atividades cotidianas. O impacto é devastador não apenas para o paciente, mas também para uma família, que enfrenta os desafios do cuidado diário e o muito antecipado pela perda gradual da pessoa que ama.
Ainda estou aqui nos leva a uma reflexão sobre a importância do cuidado humanizado e do acompanhamento contínuo e especializado para os idosos que enfrentam esse tipo de doença. O acompanhamento clínico é crucial para garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente, controlando sintomas e oferecendo suporte ao cuidador. Além disso, a avaliação neuropsicológica é uma etapa essencial para o diagnóstico precoce e para o monitoramento do progresso da doença, permitindo traçar estratégias de estimulação cognitiva que ajudem a manter o indivíduo ativo e integrado em sua rotina pelo maior tempo possível.
Esse filme nos lembra que o envelhecimento é uma fase da vida que merece toda atenção e respeito. É um momento em que o afeto, o cuidado e a compreensão se tornam imprescindíveis, tanto para o paciente quanto para a família. Afinal, o idoso que lida com a demência é uma pessoa que carrega uma história e merece viver seus dias com dignidade. A obra desperta empatia e abre espaço para uma discussão necessária sobre como, como sociedade, podemos oferecer melhores condições e apoio a esses indivíduos, reforçando a importância de políticas públicas e da mobilização social para o acolhimento e respeito aos nossos idosos.