O que é demência frontotemporal?
O jornalista brasileiro Maurício Kubrusly foi apresentado com demência frontotemporal em 2023. Conhecido por sua brilhante carreira e carisma, especialmente no quadro “Me Leva, Brasil” da Rede Globo, Kubrusly se moveu da vida pública devido à progressão da doença. Seu caso chamou a atenção para a demência frontotemporal (DFT) e evidenciou o impacto que essa condição pode ter na vida pessoal e profissional, além de enfatizar a importância do diagnóstico precoce e do suporte especializado.
A demência frontotemporal (DFT) é um grupo de transtornos neurodegenerativos caracterizados pela degeneração dos lobos frontal e temporal do cérebro. Essa condição afeta principalmente o comportamento, a personalidade, a linguagem e, em alguns casos, as habilidades motoras. Diferentemente de outras demências, como a doença de Alzheimer, a DFT geralmente surge em idades mais precoces, entre 45 e 65 anos, embora também possa ocorrer em pessoas mais idosas.
Os sintomas variam dependendo da região cerebral mais afetada, mas os subtipos mais comuns incluem:
- Variante Comportamental (DFTvc):
• Alterações na personalidade e comportamento;
• Desinibição social;
• Apatia ou perda de empatia;
• Dificuldade em tomar decisões e planejar. - Variante Linguística:
• Afasia progressiva primária (perda gradual da linguagem);
• Dificuldade para encontrar palavras (afasia não fluente);
• Perda do significado das palavras (demência semântica). - Variante Motora:
• Semelhança com condições como esclerose lateral amiotrófica (ELA);
• Rigidez muscular ou problemas de progressão.
A DFT representa cerca de 10% a 20% de todos os casos de demência, sendo mais comum em pessoas mais jovens. Estima-se que sua prevalência global seja de 15 a 22 casos por 100.000 habitantes entre 45 e 64 anos.
Embora não exista cura para a DFT, o tratamento multidisciplinar pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias. Profissionais como neurologistas, psiquiatras, neuropsicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas desempenham um papel crucial na reabilitação. É fundamental realizar intervenções comportamentais para gerenciar sintomas como desinibição e apatia, reabilitação da linguagem para manter a comunicação, além de estimular a funcionalidade física e as atividades diárias.
Além disso, o apoio psicológico para familiares e cuidadores é essencial, já que a DFT pode ser extremamente necessária para os que virão. Casos como o de Maurício Kubrusly destacama necessidade de sensibilizar a sociedade sobre a demência frontotemporal (DFT) e investir em recursos para pesquisa, diagnóstico e tratamento dessa condição. A ajuda à conscientização para reduzir estigmas, promover o entendimento sobre a doença e ampliar o acesso a tratamentos que possam melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares.
A história de Kubrusly também reforça a importância de um diagnóstico precoce, que pode possibilitar o planejamento adequado para lidar com os desafios da doença, além de fornecer mais tempo para que o paciente e sua família busquem suporte e recursos necessários.