A escola de pensamento da filosofia estóica é popularmente conhecida por ser insensível, impassível. Será mesmo isso o que os estóicos querem transmitir? Vejamos.
O Estoicismo é uma escola filosófica ampla, abrangendo aspectos antropológicos e cosmológicos, sendo uma de suas máximas o “viver segundo a natureza”.
Para os estóicos, o mundo é um grande sistema, composto por relações causais necessárias. Segundo o estoicismo, o mundo consiste em uma ordem e racionalidade plenas nas quais todas as coisas concorrem para uma harmonia maior. A essa harmonia maior, os estóicos dão o nome de “Logos”.
Já o mundo externo, natural, é denominado por “Physis”, natureza regida por relações necessárias.
Posto isso surge o questionamento, muitas vezes tornado psicopatologia e levado ao escrutínio clínico: Será mesmo possível alcançar a felicidade nessa vida, já que tantos males nos assolam?
A resposta dos filósofos estóicos será: Sim. Para o sábio é possível a felicidade. Desde que ele saiba dirigir sua vida de acordo com a natureza, de acordo com a harmonia presente na physis do mundo.
Faz-se então necessário discernir, na vida, seus aspectos gerenciáveis, passíveis de serem mudados por nossos próprios esforços, e não gerenciáveis, os quais exigem certa dose de adaptação por parte do homem. Entre os aspectos naturais e não gerenciáveis estão os males que nos assolam, externos a nós, impossíveis de serem modificados.
Muitas vezes, em lugar de reunirmos esforços afim de mitigar as adversidades que são gerenciáveis, gasta-se um valioso aporte de energia, mental, emocional e até física no intuito de alterar aquilo que não está em nosso poder.
Afinal, como diferenciar o que está em nosso poder, daquilo que não está?
Está em nosso poder a nossa interioridade. Nosso mundo interior, composto pelos nossos pensamentos, sentimentos, conceitos, constructos. São de cada um, nascem de dentro e vão para fora, em dinâmica de movimento. Os constructos pessoais nascem de uma combinação do funcionamento do sensório, estudado pela ciência dura, com os dados de realidade objetiva, analisados em pormenores por ciências como a psicologia social. Passando pelos complexos de construções simbólicas, de significante e significado, que o ser erige ao longo de todo seu percurso de vida.
E o que não está em nosso poder? Não está em nosso poder aquilo que nos é externo. De onde a máxima de Jean Paul Sartre: “O inferno são os outros”, partindo da premissa que os males vêm de fora, dos outros, da natureza. Seja um patógeno, seja uma pessoa. Não são passíveis de controle apriorístico. Não se pode controlar os sentimentos dos outros, o amor, a amizade. Não se pode controlar aquilo que vem de fora.
Então como fazer? A defesa contra esse mal já reconhecido como externo começa justamente na definição dos seus limites. Ao traçar a linha, delimita-se os campos a serem trabalhados.
Nossa interioridade, da qual faz parte a razão, a racionalidade, pode ser considerado como uma espécie de “Jardim Interior”, ao alcance do nosso cultivo, com nossos pensamentos, vícios e todo o mais que compõe o humano. Daí o benefício de uma terapia, de um olhar filosófico que, de certa forma, eduque as nossas paixões. Nisso consiste o que os estóicos chamam de sabedoria.
A sabedoria, para eles, é o trabalho interior que é feito no campo daquilo que pode ser modificado por nós. E esse trabalho implica no exercício daquilo que os filósofos chamaram de Virtudes.
E quais são as Virtudes? Para a escola estóica, são elas: A sabedoria, a justiça, a temperança e a coragem.
A sabedoria é o exercício ao qual o homem deve dedicar-se cotidianamente, estudando e integrando conceitos às suas experiências de vida. Leitura, ensino, aprendizado e experiência prática.
A justiça por sua vez é o exercício de uma vida adequada, equilibrada e justa, na relação consigo mesmo e com os outros.
A temperança consiste no exercício da moderação em relação às paixões inevitáveis, a saber: o ódio, a inveja, o ciúme. A temperança possibilita o equilíbrio.
Não está no controle do homem comandar ou evitar a ação das paixões, posto que são inerentes. O que está em no controle do homem é a reflexão sobre o seu modo de reagir a elas. Mais uma vez a importância da terapia se mostra aqui.
A coragem, a virtude do guerreiro desde os tempos em que as conquistas dependiam diretamente da bravura indômita, é a fortaleza que o humano tem e usa ao longo da vida.
A escola de pensamento estóico cria o conceito de “Ataraxia”, podendo ser traduzida como “Tranquilidade da Alma”.
Ataraxia enquanto estado de tranquilidade interior que permite justamente discernir aquilo que é possível mudar, daquilo que não é.
Para tanto, reconhecem como uma espécie de caminho à felicidade o conceito de conhecer a si mesmo.
Autoconhecimento que implica em reconhecer as fraquezas, as reações pessoais diante das inevitáveis paixões.
Filosofia propõe reflexão. Refletir é pensar sobre o pensamento. É admitir que apenas os robôs são puramente programáveis. O humano é angustiado e dúbio em sua essência.
Propõe desafio ao mesmo tempo que traz consolo e alento. A tal tranquilidade da alma não é feita só de coisas ruins, nem só de coisas boas.
Minha curiosidade pelos processos da mente humana, suas estruturas, as viscissitudes e singularidades que fazem cada um de nós ser tão único, o gosto pelos estudos.
A escola de pensamento da filosofia estóica é popularmente conhecida por ser insensível, impassível. Será mesmo isso o que os estóicos querem transmitir? Vejamos. O Estoicismo é uma escola filosófica ampla, abrangendo aspectos antropológicos e cosmológicos, sendo uma de suas máximas o “viver segundo a natureza”. Para os estóicos, o mundo é um grande sistema, composto por relações causais necessárias. Segundo o estoicismo, o mundo consiste em uma ordem e racionalidade plenas nas quais todas as coisas concorrem para uma harmonia maior. A essa harmonia maior, os estóicos dão o nome de “Logos”. Já o mundo externo, natural, é denominado por “Physis”, natureza regida por relações necessárias. Posto isso surge o questionamento, muitas vezes tornado psicopatologia e levado ao escrutínio clínico: Será mesmo possível alcançar a felicidade nessa vida, já que tantos males nos assolam? A resposta dos filósofos estóicos será: Sim. Para o sábio é possível a felicidade. Desde que ele saiba dirigir sua vida de acordo com a natureza, de acordo com a harmonia presente na physis do mundo. Faz-se então necessário discernir, na vida, seus aspectos gerenciáveis, passíveis de serem mudados por nossos próprios esforços, e não gerenciáveis, os quais exigem certa dose de adaptação por parte do homem. Entre os aspectos naturais e não gerenciáveis estão os males que nos assolam, externos a nós, impossíveis de serem modificados. Muitas vezes, em lugar de reunirmos esforços afim de mitigar as adversidades que são gerenciáveis, gasta-se um valioso aporte de energia, mental, emocional e até física no intuito de alterar aquilo que não está em nosso poder. Afinal, como diferenciar o que está em nosso poder, daquilo que não está? Está em nosso poder a nossa interioridade. Nosso mundo interior, composto pelos nossos pensamentos, sentimentos, conceitos, constructos. São de cada um, nascem de dentro e vão para fora, em dinâmica de movimento. Os constructos pessoais nascem de uma combinação do funcionamento do sensório, estudado pela ciência dura, com os dados de realidade objetiva, analisados em pormenores por ciências como a psicologia social. Passando pelos complexos de construções simbólicas, de significante e significado, que o ser erige ao longo de todo seu percurso de vida. E o que não está em nosso poder? Não está em nosso poder aquilo que nos é externo. De onde a máxima de Jean Paul Sartre: “O inferno são os outros”, partindo da premissa que os males vêm de fora, dos outros, da natureza. Seja um patógeno, seja uma pessoa. Não são passíveis de controle apriorístico. Não se pode controlar os sentimentos dos outros, o amor, a amizade. Não se pode controlar aquilo que vem de fora. Então como fazer? A defesa contra esse mal já reconhecido como externo começa justamente na definição dos seus limites. Ao traçar a linha, delimita-se os campos a serem trabalhados. Nossa interioridade, da qual faz parte a razão, a racionalidade, pode ser considerado como uma espécie de “Jardim Interior”, ao alcance do nosso cultivo, com nossos pensamentos, vícios e todo o mais que compõe o humano. Daí o benefício de uma terapia, de um olhar filosófico que, de certa forma, eduque as nossas paixões. Nisso consiste o que os estóicos chamam de sabedoria. A sabedoria, para eles, é o trabalho interior que é feito no campo daquilo que pode ser modificado por nós. E esse trabalho implica no exercício daquilo que os filósofos chamaram de Virtudes. E quais são as Virtudes? Para a escola estóica, são elas: A sabedoria, a justiça, a temperança e a coragem. A sabedoria é o exercício ao qual o homem deve dedicar-se cotidianamente, estudando e integrando conceitos às suas experiências de vida. Leitura, ensino, aprendizado e experiência prática. A justiça por sua vez é o exercício de uma vida adequada, equilibrada e justa, na relação consigo mesmo e com os outros. A temperança consiste no exercício da moderação em relação às paixões inevitáveis, a saber: o ódio, a inveja, o ciúme. A temperança possibilita o equilíbrio. Não está no controle do homem comandar ou evitar a ação das paixões, posto que são inerentes. O que está em no controle do homem é a reflexão sobre o seu modo de reagir a elas. Mais uma vez a importância da terapia se mostra aqui. A coragem, a virtude do guerreiro desde os tempos em que as conquistas dependiam diretamente da bravura indômita, é a fortaleza que o humano tem e usa ao longo da vida. A escola de pensamento estóico cria o conceito de “Ataraxia”, podendo ser traduzida como “Tranquilidade da Alma”. Ataraxia enquanto estado de tranquilidade interior que permite justamente discernir aquilo que é possível mudar, daquilo que não é. Para tanto, reconhecem como uma espécie de caminho à felicidade o conceito de conhecer a si mesmo. Autoconhecimento que implica em reconhecer as fraquezas, as reações pessoais diante das inevitáveis paixões. Filosofia propõe reflexão. Refletir é pensar sobre o pensamento. É admitir que apenas os robôs são puramente programáveis. O humano é angustiado e dúbio em sua essência. Propõe desafio ao mesmo tempo que traz consolo e alento. A tal tranquilidade da alma não é feita só de coisas ruins, nem só de coisas boas.
A escola de pensamento da filosofia estóica é popularmente conhecida por ser insensível, impassível. Será mesmo isso o que os estóicos querem transmitir? Vejamos. O Estoicismo é uma escola filosófica ampla, abrangendo aspectos antropológicos e cosmológicos, sendo uma de suas máximas o “viver segundo a natureza”. Para os estóicos, o mundo é um grande sistema, composto por relações causais necessárias. Segundo o estoicismo, o mundo consiste em uma ordem e racionalidade plenas nas quais todas as coisas concorrem para uma harmonia maior. A essa harmonia maior, os estóicos dão o nome de “Logos”. Já o mundo externo, natural, é denominado por “Physis”, natureza regida por relações necessárias. Posto isso surge o questionamento, muitas vezes tornado psicopatologia e levado ao escrutínio clínico: Será mesmo possível alcançar a felicidade nessa vida, já que tantos males nos assolam? A resposta dos filósofos estóicos será: Sim. Para o sábio é possível a felicidade. Desde que ele saiba dirigir sua vida de acordo com a natureza, de acordo com a harmonia presente na physis do mundo. Faz-se então necessário discernir, na vida, seus aspectos gerenciáveis, passíveis de serem mudados por nossos próprios esforços, e não gerenciáveis, os quais exigem certa dose de adaptação por parte do homem. Entre os aspectos naturais e não gerenciáveis estão os males que nos assolam, externos a nós, impossíveis de serem modificados. Muitas vezes, em lugar de reunirmos esforços afim de mitigar as adversidades que são gerenciáveis, gasta-se um valioso aporte de energia, mental, emocional e até física no intuito de alterar aquilo que não está em nosso poder. Afinal, como diferenciar o que está em nosso poder, daquilo que não está? Está em nosso poder a nossa interioridade. Nosso mundo interior, composto pelos nossos pensamentos, sentimentos, conceitos, constructos. São de cada um, nascem de dentro e vão para fora, em dinâmica de movimento. Os constructos pessoais nascem de uma combinação do funcionamento do sensório, estudado pela ciência dura, com os dados de realidade objetiva, analisados em pormenores por ciências como a psicologia social. Passando pelos complexos de construções simbólicas, de significante e significado, que o ser erige ao longo de todo seu percurso de vida. E o que não está em nosso poder? Não está em nosso poder aquilo que nos é externo. De onde a máxima de Jean Paul Sartre: “O inferno são os outros”, partindo da premissa que os males vêm de fora, dos outros, da natureza. Seja um patógeno, seja uma pessoa. Não são passíveis de controle apriorístico. Não se pode controlar os sentimentos dos outros, o amor, a amizade. Não se pode controlar aquilo que vem de fora. Então como fazer? A defesa contra esse mal já reconhecido como externo começa justamente na definição dos seus limites. Ao traçar a linha, delimita-se os campos a serem trabalhados. Nossa interioridade, da qual faz parte a razão, a racionalidade, pode ser considerado como uma espécie de “Jardim Interior”, ao alcance do nosso cultivo, com nossos pensamentos, vícios e todo o mais que compõe o humano. Daí o benefício de uma terapia, de um olhar filosófico que, de certa forma, eduque as nossas paixões. Nisso consiste o que os estóicos chamam de sabedoria. A sabedoria, para eles, é o trabalho interior que é feito no campo daquilo que pode ser modificado por nós. E esse trabalho implica no exercício daquilo que os filósofos chamaram de Virtudes. E quais são as Virtudes? Para a escola estóica, são elas: A sabedoria, a justiça, a temperança e a coragem. A sabedoria é o exercício ao qual o homem deve dedicar-se cotidianamente, estudando e integrando conceitos às suas experiências de vida. Leitura, ensino, aprendizado e experiência prática. A justiça por sua vez é o exercício de uma vida adequada, equilibrada e justa, na relação consigo mesmo e com os outros. A temperança consiste no exercício da moderação em relação às paixões inevitáveis, a saber: o ódio, a inveja, o ciúme. A temperança possibilita o equilíbrio. Não está no controle do homem comandar ou evitar a ação das paixões, posto que são inerentes. O que está em no controle do homem é a reflexão sobre o seu modo de reagir a elas. Mais uma vez a importância da terapia se mostra aqui. A coragem, a virtude do guerreiro desde os tempos em que as conquistas dependiam diretamente da bravura indômita, é a fortaleza que o humano tem e usa ao longo da vida. A escola de pensamento estóico cria o conceito de “Ataraxia”, podendo ser traduzida como “Tranquilidade da Alma”. Ataraxia enquanto estado de tranquilidade interior que permite justamente discernir aquilo que é possível mudar, daquilo que não é. Para tanto, reconhecem como uma espécie de caminho à felicidade o conceito de conhecer a si mesmo. Autoconhecimento que implica em reconhecer as fraquezas, as reações pessoais diante das inevitáveis paixões. Filosofia propõe reflexão. Refletir é pensar sobre o pensamento. É admitir que apenas os robôs são puramente programáveis. O humano é angustiado e dúbio em sua essência. Propõe desafio ao mesmo tempo que traz consolo e alento. A tal tranquilidade da alma não é feita só de coisas ruins, nem só de coisas boas.
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