Tratamento Farmacológico na Doença de Alzheimer – Parte 2
Na semana passada discutimos o uso de medicações para os sintomas cognitivos da doença de Alzheimer. Hoje discutiremos o uso de medicações para os sintomas comportamentais, ou seja, sintomas depressivos, ansiosos, psicóticos e agitação.
Um primeiro aspecto a ser levantado é que o aparecimento ou o agravamento dos sintomas comportamentais, principalmente quando ocorre de forma mais abrupta, deve ser sempre investigado. Fatores subjacentes, como infecções ou dores, podem desencadear tais alterações. Além disso, alterações psicossociais, no ambiente ou com cuidadores, por exemplo, podem trazer impacto em sintomas comportamentais. Dessa forma, antes de optar pelo uso de medicação deve-se priorizar investigação para descartar fatores que possam estar contribuindo.
As medicações podem trazer efeitos colaterais e pode se tratar de um paciente que já faça uso de várias outras medicações. Desse modo, antes de se pensar em introduzir uma nova medicação, deve-se optar pelo manejo com orientações comportamentais. Se mesmo assim, os sintomas apresentarem dificuldade em seu manejo ou o paciente estiver colocando a si mesmo ou a outros ao seu redor em perigo, podem ser indicadas medicações como antipsicóticos ou antidepressivos, dependendo do sintoma alvo a ser tratado, sempre mantendo monitorização constante do tratamento.
Bibliografia: Mast, BT; Yochim, BP. Doença de Alzheimer e demência. 1 ed. São Paulo : Hogrefe, 2019.