Transtornos alimentares em homens
Transtorno alimentar é um conjunto de alterações no comportamento alimentar que causa prejuízos físicos, sociais e psicológicos importantes ao indivíduo. Os T.As mais comuns são: anorexia, bulimia e compulsão alimentar.
Atualmente se percebe um aumento expressivo em casos de Transtornos Alimentares na população masculina. Estima-se que 3 em cada 10 casos de T.A ocorrem em homens, porém, por ser uma das desordens psiquiátricas que mais variam de acordo com o gênero, os homem acabam sendo subdiagnosticados e recebendo pior tratamento para Transtornos Alimentares. Por não serem devidamente diagnosticados, há também pouco estudo científico sobre o tema (menos de 1% dos trabalhos científicos em Transtornos Alimentares se referem apenas a homens).
A literatura sobre os Transtornos Alimentares tem se atualizado nos últimos anos, porém tem um histórico marcado por estereótipos e explicações excessivamente femininas para os sintomas, o que excluía a possibilidade de diagnóstico em homens. O baixo peso em homens era visto como consequência de outro transtorno (depressão, por exemplo), o que dificultava um tratamento adequado.
Sabe-se que o ideal corporal buscado por homens geralmente não é a magreza, como nas mulheres. O homem, na maioria dos casos, busca por massa corporal e maior musculatura na parte superior do corpo, além de baixo percentual de gordura corporal. Portanto, algumas características no Transtorno também mudam para a população masculina.
Algumas especificidades do Transtorno Alimentar em Homens:
- Atividade física realizada de forma excessiva e uso indiscriminado de suplementos. Diferentemente das mulheres, eles não tomam tantos laxantes e remédios para emagrecer.
- Alguns estudos sugerem início mais tardio em homens, quando comparado a mulheres: os homens tendem a apresentar o Transtorno entre 18 e 26 anos.
- Ser homossexual, bissexual ou trans é um fator de risco para desenvolvimento de Transtornos alimentares, provavelmente por sofrerem mais pressão estética quando comparado a população hétero e/ou cis (mas T.A não é exclusivo dessa população).
- Histórico de obesidade ou sobrepeso anterior é comum. Além de ter sofrido bullying relacionado a essa característica.
- Assim como na população feminina, algumas profissões que valorizam o corpo e a estética também acabam sendo fator de risco (dançarinos, atletas, modelo, etc).
- Existem mais comorbidades com outros transtornos mentais, como uso de álcool e/ou outras drogas ou psicoses.
- Relação difícil com o pai ou outros familiares.
- Como nas mulheres, é um fator de risco ter histórico de abuso físico ou sexual.
- Por questões físicas, homens tendem a emagrecer mais rápido que mulheres, o que se torna um fator agravante em quadros de homens com anorexia.
- Sabe-se que especificamente o Transtorno de Compulsão Alimentar acomete igualmente homens e mulheres, porém é mais debilitante para homens.
Neuropsicóloga, Psicóloga, Analista do Comportamento
Desde bem jovem eu já tinha muito interesse pelas pessoas e suas emoções, me interessava pelas relações humanas e em ajudar nas suas dificuldades. Sabia desde cedo que iria ser psicóloga e logo que conclui o ensino médio eu fui aprovada com bolsa integral para cursar Psicologia.
Nos primeiros anos da graduação conheci e me interessei pela abordagem Analítico Comportamental e oferecia monitoria dessa matéria aos outros alunos. Iniciei os atendimentos clínicos nos últimos anos do curso, já nessa abordagem.
Após concluir a graduação fui aprovada no Aprimoramento em Neuropsicologia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. Era um curso intenso (de 40 horas semanais) que ensinava a realizar Avaliações Psicológicas e Neuropsicológicas, nos colocando em uma realidade intensa e instigante de um Hospital Psiquiátrico com casos de alta complexidade. Além de ter um foco na prática profissional, o aprimoramento também fornecia aulas e contato com variados métodos baseados em evidências científicas.
Logo após o término do aprimoramento fui selecionada através de um concurso para a Residência em Saúde Mental oferecida pela Universidade de São Paulo.
A residência era ainda mais intensa (60 horas semanais) e passei por alguns campos da Saúde Pública como: Instituto de Psiquiatria, Consultório na rua e Centro de Atenção psicossocial álcool e outras drogas (CAPS AD). Nesse processo que durou dois anos eu pude aprimorar muito o meu conhecimento e práticas em Saúde Mental, olhar o sujeito em toda sua complexidade e integralidade. Realizava atendimentos individuais e em grupos.
Atualmente atuo em Neuropsicologia e Psicologia Clínica, com abordagem Analítico Comportamental. Busco sempre estar realizando cursos na minha área de atuação para oferecer um melhor atendimento.
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