Transtorno Opositivo Desafiador: quando a birra vai muito além do esperado
É absolutamente comum que as crianças (das pequenas até início da adolescência) ocasionalmente questionem as regras ou até mesmo não siga as instruções de uma figura de autoridade.
Isso acontece em diferentes gerações, independente do nível instrucional ou classe social. Contudo, é esperado que após uma conversa ou mudança da rotina a criança se adapte e consequentemente mude sua conduta.
Aproximadamente 3,3% das crianças, mesmo após diferentes conversas, uso de estratégias como recompensas ou premiações, continuam com um padrão de desafiar as figuras de autoridade.
Nesses casos, é importante avaliar se essa conduta de pouca flexibilidade é capaz de gerar algum tipo de prejuízo. Se a resposta for sim, o problema pode estar além de uma simples birra.
O Transtorno Opositivo Desafiador, também chamado como TOD, é caracterizado por um padrão de humor raivoso e irritável, de comportamento questionador ou índole vingativa, com duração de pelo menos 6 meses, exibido na interação com pelo menos um indivíduo que não seja o irmão. Esse transtorno é altamente frequente (aproximadamente 50%) em crianças com déficit de atenção e hiperatividade.
As crianças com Transtorno Opositivo Desafiador frequentemente perdem a calma, são sensíveis a críticas, costumam culpar os outros por seus próprios erros e incomodam propositalmente outras pessoas. No TOD, todos esses comportamentos parecem ser insensíveis a tentativas prévias de conversa e aconselhamento.
Para estabelecimento do diagnóstico é necessária uma avaliação por profissional especialista em saúde mental. O tratamento para o TOD envolve, além da psicoterapia cognitivo comportamental (TCC) individual, um treinamento de pais customizado para lidar com as dificuldades enfrentadas pela família.