Transtorno Obsessivo-Compulsivo – Parte 6
Hoje daremos continuidade ao tema abordado nas últimas semanas, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Conversamos já sobre seus principais sintomas: a obsessão e a compulsão. Posteriormente abordamos variações nesses sintomas e os comportamentos de evitação, inclusive o impacto destes na organização da família.
Pudemos perceber que as compulsões e os comportamentos evitativos são maneiras de o indivíduo lidar com a ansiedade que é gerada pelas obsessões. Contudo, há ainda outra forma de o indivíduo tentar lidar com essa ansiedade, que são as neutralizações.
As neutralizações incluem quaisquer atos voluntários, seja físico ou cognitivo, que procurem de alguma forma atenuar ou remover os pensamentos obsessivos. Podem, pois, incluir outros pensamentos que a pessoa tenha de forma a tentar afastar a obsessão, tentativas de se distrair com outros assuntos, conversar com outras pessoas, perguntar a outras pessoas como forma de se reassegurar.
Pelo fato de as neutralizações serem menos estereotipadas, menos repetitivas, elas são mais difíceis de serem detectadas no quadro de TOC, apesar de serem muito frequentes. Muitas vezes pode ser difícil diferenciar entre a neutralização e a compulsão mental (que foi discutida há algumas semanas), ainda mais que as duas apresentam a mesma função: aliviar a ansiedade de obsessão. Contudo, uma forma de diferenciá-las é que as compulsões mentais acabam sendo mais fixas, repetitivas e estereotipadas. Ou seja, enquanto as neutralizações variam, as compulsões mentais são sempre da mesma forma.