Transtorno de Personalidade Paranoide
Hoje continuaremos abordando o tema que estamos conversando nas últimas semanas: os transtornos de personalidade – que são, de forma resumida, modos de a pessoa interagir consigo mesma, com as outras pessoas e com o mundo que se mostram rígidos e inflexíveis, acarretando prejuízos e sofrimento ao sujeito.
Temos abordado as personalidades inseridas no grupo A, que são consideradas mais excêntricas e com pouco contato social. Já vimos o transtorno de personalidade esquizoide (caracterizado pelo acentuado retraimento social, pela excessiva introversão (com pouco prazer em atividades compartilhadas com outras pessoas) e pela menor expressão afetiva), assim como o transtorno de personalidade esquizotípica (caracterizado pela excentricidade, pelos pensamentos mágicos, crenças peculiares, isolamento social e dificuldade em reconhecer os próprios sentimentos).
Hoje conversaremos sobre o terceiro e último tipo de transtorno de personalidade do grupo A: o transtorno de personalidade paranoide.
Este é caracterizado por um padrão de suspeita e desconfiança em relação às demais pessoas. Geralmente observam significados “ocultos” (que os humilham ou ameaçam) em comentários que não tem essa função. Assim, interpretam o mundo ao seu redor como malévolo e explorador.
Ademais, tendem a se responsabilizar pouco sobre seus sentimentos, atribuindo-os aos outros. Tendem, pois, a culpar muito os outros e costumam referir muitas situações em que se sentem injustiçados, maltratados, explorados ou enganados.
Diante do exposto, fica evidente a dificuldade em confiar em outras pessoas. Mostram-se mais hostis, irritáveis e ciumentos. Além disso, tendem a ter dificuldade em perdoar, guardando rancor e mágoa de muito sobre o que já aconteceu.
Nesse tipo de transtorno de personalidade, é muito comum que seja o cônjuge ou algum parente que procure por ajuda, por sofrer diante das frequentes acusações que acontecem na relação com o indivíduo.
Desse modo, finalizamos hoje o primeiro grupo dos transtornos de personalidade. Na próxima semana começaremos a abordar um novo grupamento.
Grupo A – indivíduos que tendem a ser mais excêntricos e com pouco contato social.
- Esquizotípico
- Esquizoide
- Paranoide
Grupo B – indivíduos que tendem a ser mais impulsivos e com comportamentos mais instáveis e erráticos
- Narcisista
- Borderline
- Histriônico
- Antissocial
Grupo C – indivíduos que tendem a ter maior necessidade de controle das relações e do ambiente, com ansiedade mais elevada
- Obsessivo-compulsivo
- Dependente
- Evitativo
BIBLIOGRAFIA:
Sadock, B; Sadock, V; Ruiz, P. Compêndio de Psiquiatria – Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 11ª edição. Porto Alegre : Artmed, 2017. Capítulo 22 – Trantornos de Personalidade. Pp. 742-762.
Tavares, H; Ferraz, RB; Bottura, HML. Capítulo 29 – Transtornos de Personalidade. In: Forlenza, OV; Miguel, EC (ed). Compêndio de Clínica Psiquiátrica. Barueri, SP : Manole, 2012. Pp. 511-526.
2 Comments
Anete Mancini
Muito bom.
Jessica
Boa noite, incrível como eu consegui ver nessa patologia, o problema que minha mãe tem!!! A vida toda a convivência familiar foi um trauma e dilema para eu e meus irmãos e meu pai, por conta dos delírios, manias de perseguições reais e coisas desconexas e fantasiosas criada por minha mãe, muita agressiva e hostil contra seus ” inimigos” imagináveis e até mesmo vitimizacoes, humilhações, rancores perpétuos e o pior de tudo desconfiança em um nível surreal de tudo e todos, nunca ninguém se aproximou por boa intenção, tudo tinha um porque negativamente, sempre tão defensiva, ciumenta, exigindo fidelidade ate mesmo de seus genros, contando ninguém acredita!!!! Mais de 40 anos de casamento e mesmo depois do meu pai morto ela o deseja mal e desconfia dele, nunca viu seu amor como algo bom, aliás nunca acreditou ser amada, era tudo interesse sexual!! Sempre vigilante, e agora que tento me relacionar melhor com ela e apóia lá, ela vê tudo com um interesse e falsidade!!! Se sente traída porque passei na casa da minha tia e não a avisei, achou que armei nas costas dela um bolo que nem eu mesma comprei, e jogou no lixo o pedaço que levei para ela!!!! Essa minha tia e inimiga dela e sempre quis mal dela!!!! Nunca gostou do fato de eu ou meus irmãos me aproximarem dos tios e tias, parentes, sempre fez a nossa cabeça, alegando desde que éramos pequenos que eles eram inimigos e não gostavam dela!!! Ela se incomodava até do meu pai sair conosco, porque na maioria das vezes não queria ir nos passeios, estava sempre chateada ou duvidando e desconfiando de algo!!! Quantas vezes quebrou a casa, pegava faca porque se sentia atacada ou traída!!! Ninguém é digno de sua confiança, ela sofre, eu sempre sofri e desenvolvi coisas muito parecidas, como é difícil viver assim, ela sempre viveu como pessoa normal, mas nunca foi normal, não tem amigos, não tem vínculo social com ninguém, e a pessoa que ninguém quer por perto, nem mesmo a família!!!! E uma dor horrível!!!