Transtorno afetivo bipolar Tipo II: entenda o que é e seus impactos.
Em um texto anterior, expliquei um pouco mais sobre o Transtorno Afetivo Bipolar Tipo I, e aqui gostaria de trazer informações sobre o Transtorno Afetivo Bipolar Tipo II.
De uma maneira geral, o transtorno afetivo bipolar – TAB na definição do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais V – DSM é uma condição em que o indivíduo oscila entre episódios depressivos (de baixa energia e semelhante ao transtorno depressivo) e episódios de mania (ou hipomania) (aumento de energia e de velocidade de pensamento e necessidade de fala, agitação, aumento de comportamentos direcionados a objetivos e de risco, diminuição da necessidade de sono, autopercepção de grandiosidade). No transtorno depressivo bipolar tipo II está presente a oscilação entre episódios de hipomania e episódios depressivos.
O episódio de hipomania é um episódio de humor para cima, expansivo ou irritado com aumento de atividade direcionada a objetivos (atividades profissionais, pessoais ou religiosas) com duração de pelo menos uma semana e presente na maior parte do dia todos os dias e traz prejuízo na vida ou sofrimento significativo e é acompanhado pela presença de três ou mais dos seguintes sintomas (American Psychiatric Association, 2013):
Autoestima excessivamente alta; redução da necessidade de sono; necessidade de falar muito; pensamentos acelerados e dificuldade de acompanhar o raciocínio; maior distração que o normal; envolvimento alto com tarefas de elevado potencial de danos (como compras, atividade sexual alta e ou altos investimentos financeiros), e apesar de gerar efeito claro na vida, os sintomas não são graves o suficiente para gerar prejuízo muito acentuado na vida ou necessitar de hospitalização.
Já no episódio depressivo o humor é deprimido e a pessoa tem cinco ou mais dos seguintes sintomas(American Psychiatric Association, 2013):
Experiência perda de interesse ou prazer por atividades, sofre significativamente e ou tem prejuízo na vida pelos sintomas; tem esse humor a maior parte do dia, quase todos os dias (referindo sentir-se triste e desesperançoso ou parecer choroso para os outros ao redor); perda ou ganho de peso apesar de não haver mudanças na dieta ou atividade; estar sem sono ou ter muito sono; agitação ou lentificação do corpo; cansaço e perda de energia quase todos os dias; sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada; dificuldade de se concentrar e indecisão; pensamentos de morte, planejamento ou tentativas de suicídio.
Os sintomas são muito parecidos, portanto, com o do TAB tipo I, com a diferença que no TAB tipo II a crise de elevação do humor causa menos impacto e não precisa de hospitalização. Apesar dos efeitos da hipomania serem menos impactantes, os sujeitos com TAB tipo II tendem a ter mais episódios de desregulação do humor (tanto depressivos quanto hipomaníacos), e os episódios depressivos duram mais tempo e são incapacitantes ao longo do tempo em comparação com a depressão comum ou TAB tipo I (American Psychiatric Association, 2013).
O TAB tipo II também é um transtorno sério e crônico e por isso o acompanhamento com médico psiquiatra e psicoterápico é extremamente importante para manutenção da saúde e funcionalidade do indivíduo.
Bibliografia
American Psychiatry Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders – DSM-5. 5th.ed. Washington: American Psychiatric Association, 2013.