Suicídio na infância e na adolescência: por que acontecem?
O suicídio é um grave problema de saúde pública e é a segunda maior causa externa de morte entre os adolescentes brasileiros. Segundo dados de um estudo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a taxa de suicídio de jovens aumentou 24% entre os anos de 2006 e 2015 nas maiores cidades do Brasil. O suicídio é a quinta maior causa de mortes em crianças com idade escolar no mundo (OMS, 2002), porém estima-se que esses dados sejam subdiagnosticados devido a crenças e complexidade que envolve o tema.
Apesar da probabilidade de tentativas de suicídios em crianças pequenas ser menor, quando comparada a outras faixas etárias, elas podem ocorrer e é importante que a ideação seja identificada para prevenção do suicídio. As crianças verbalizam menos o desejo de morrer do que adolescentes, diante disso é importante estar atento a outros comportamentos da criança para identificar a ideação suicida como: mudanças bruscas no comportamento, interesse por suicídio, intensa curiosidade pela temática de morte (por exemplo, presença desse conteúdo em cartas ou textos).
Alguns fatores podem ser muito estressantes para as crianças e causar-lhes sensação de desesperança e sofrimento. Segundo o artigo de Souza (2017), existem alguns fatores que podem ser predisponentes para a tentativa de suicídio e/ou suicídio na infância, dentre eles:
- Fatores escolares como: bullying, baixo rendimento ou dificuldade de interação social;
- Fatores sociais como: violência física, sexual ou psicológica, negligência, conflitos familiares, ausência de diálogo, morte de parente ou pessoa próxima por suicídio.
Outros fatores de risco associados ao suicídio na infância e adolescência são: presença de transtornos mentais e tentativa prévia de suicídio, se colocar em situações ou brincadeiras com risco de morte.
É importante que seja levado a sério qualquer verbalização ou comportamento da criança e do adolescente que indique ideação suicida e que essa criança seja acolhida e amparada em seu sofrimento. Conversar sobre o assunto, sem críticas ou julgamento, pode ajudar a criança a se expressar e se sentir compreendida. Caso seja identificado risco de suicídio é necessário procurar ajuda profissional e não deixar a criança sozinha.
Referências:
SEMINOTTI, Elisa Pinto. Suicídio Infantil: Reflexões Sobre o Cuidado Médico. Psicologia PT. Available in http://www. psicologia. pt/artigos/textos A, v. 571, 2011.
SOUSA, Girliani Silva de et al. Revisão de literatura sobre suicídio na infância. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, p. 3099-3110, 2017.
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