Síndrome de Otelo
Antes de tudo, é necessário informar que o termo Síndrome de Otelo não é reconhecido, nos manuais de diagnóstico psiquiátrico, como uma condição médica. O termo foi cunhado com base no personagem Otelo, protagonista da obra de Shakespeare. Na história, Otelo é consumido por um ciúme doentio e acaba tirando a vida de sua esposa Desdêmona.
A síndrome de Otelo, portanto, diz respeito a uma condição psicológica em que uma pessoa experimenta intensos sentimentos de ciúmes e desconfiança em relação ao parceiro, muitas vezes sem qualquer base real para tais sentimentos.
Também conhecida como ciúme patológico, representa um transtorno afetivo sério que interfere o relacionamento e o sentimentos dos envolvidos. É uma perturbação em que o indivíduo se sente constantemente ameaçado de modo que a todo momento busca por evidências ou confissões de traição que nunca ocorreram.
Desse modo, o relacionamento passa a ficar angustiante uma vez que é permeado por uma intensa carga emocional negativa, impedindo, assim, o crescimento de um relacionamento saudável e maduro. Essa carga emocional negativa engloba sentimentos como ansiedade, culpa, raiva, inferioridade, humilhação, insegurança, vergonha, rejeição, possessividade e baixa autoestima. Tais sentimentos podem provocar diretamente prejuízos no funcionamento pessoal e interpessoal da pessoa que sofre desse mal.
A síndrome de Otelo pode, em alguns casos, estar acompanhada de outro quadro comprometedor como esquizofrenia ou abuso de drogas, por exemplo. Em casos desse tipo, o tratamento também engloba uso de medicações além de psicoterapia.