Síndrome de Down & Autonomia
Na semana passada, falamos sobre o que é a Síndrome de Down e seus principais mitos. Sabemos que diferentes etapas do desenvolvimento, passando pela primeira infância, adolescência, vida adulta e geriátrica, oferecem na vida de todas as pessoas oportunidades e desafios.
Para as pessoas com Síndrome de Down não seria diferente. Falaremos hoje sobre um tópico frequentemente discutido: como estimular a autonomia das pessoas com Síndrome de Down?
O conceito de autonomia é um termo de origem grega cujo significado está relacionado com indepêndencia, liberdade e autossuficiência. Frequentemente o termo “Especial” é utilizado, particularmente na infância durante período de inclusão escolar. Contudo, essa nomenclatura não descreve a realidade, pois as pessoas com Síndrome de Down possuem necessidades básicas como todas as demais pessoas.
Alcançar e oferecer autonomia é um processo complexo e não existe uma fórmula mágica. Contudo, recomenda-se que todos os responsáveis pela formação daquela pessoa com a Síndrome de Down (especialmente família e escola) tenham um papel ativo na formação da autonomia, permitindo oferecer estímulos compatíveis com seu desenvolvimento.
Primeira Infância:
As evidências científicas mostram que a estimulação precoce da criança com Síndrome de Down entre 0 e 5 anos de idade favorece o desenvolvimento em diferentes níveis, sejam físicos, cognitivos ou emocionais. Destaca-se que as estimulações ocorram especialmente nos domínios do desempenho motor e processamento sensorial (tato, olfato, visão, audição e paladar).
Escolarização:
Entre 5 e 7 anos de idade grande parte das crianças iniciam a participação escolar. Para que a autonomia seja realmente estimulada e alcançada, é especialmente recomendado um processo verdadeiramente inclusivo, onde todos os responsáveis pelo desenvolvimento educacional compreendam as necessidades da criança, oferecendo estímulos compatíveis.
Adolescência:
Compatível com o desenvolvimento hormonal, as interações sociais podem ser permeadas pelo desejo e atração sexual. As pessoas com Síndrome de Down também possuem o direito de viver com plenitude sua própria sexualidade, e para isso, é de responsabilidade compartilhada entre família, escola e demais responsáveis, alinhar uma prática sadia, entre elas o uso de métodos contraceptivos e o treino de comunicação assertiva.
Fase Adulta:
Têm-se tornado cada vez mais comum pessoas com Síndrome de Down cursarem ensino superior e manterem-se ativas no mercado de trabalho. Suas necessidades individuais (e não especiais) devem ser consideradas para a atividade fim, destacando-se a implantação de treinamentos e formas de monitorar o desempenho com o objetivo de aperfeiçoamento contínuo.
Estimular a autonomia de pessoas com Síndrome de Down pode ser um dos principais caminhos para a realização. Afinal, nunca é tarde para ser feliz.