Relacionamentos: por que são tão difíceis?
Quem não sonha com um amor de verão que “sobe a serra”, com a possibilidade de ser compreendido com apenas um olhar ou com a chance de envelhecer ao lado de alguém que tenha te ajudado a realizar grandes planos pessoais?
Relacionar-se é um desejo instintivo, daqueles que fazem parte do inconsciente coletivo e que mesmo não tendo muita clareza de como ou desde quando, se faz presente na nossa vida.
Fato é que se trata de uma tarefa desafiadora. Unir duas pessoas com princípios, vontades, características, hábitos diferentes não é nada simples e precisa certamente muito mais do que afeto.
Uma relação saudável emocionalmente, necessita que seus integrantes sejam saudáveis emocionalmente e apesar de parecer óbvio, esse é um requisito muitas vezes negligenciado por sentimentos como insegurança, medo da solidão, baixa autoestima. Através da minha experiência clínica pude constatar que muitas pessoas entram despreparadas em uma relação e quando estão envolvidas emocionalmente o impacto dos fatos e a administração das expectativas versus realidade, podem trazer enormes prejuízos.
Socialmente não somos estimulados a nos “preparar” para uma relação. Ao contrário, parece que a ideia de um grande amor que simplesmente acontece, ainda não é questionada da maneira como deveria ser. Então se você tem essa oportunidade: fortaleça sua autoestima, tenha conquistas individuais, conheça bem seus limites internos, valores e depois disso, dedique-se à uma relação. Invista na permanência do outro na sua vida como uma escolha e não como necessidade de suprir algum aspecto emocional.
Claro que nem todos tem a oportunidade de se preparar e precisam lidar com a realidade como ela é. Para pessoas que já estão envolvidas emocionalmente e buscam uma relação saudável, precisam considerar aspectos como confiança, admiração e respeito sendo bases de sustentação.
Trata-se de uma construção diária em conhecer, respeitar a individualidade do outro sem permitir ser invadido na sua. Bem como comunicar-se, alinhar objetivos, desejos, expectativas. Relacionar-se bem “dá trabalho” e vai muito além de amar no sentido poético e passivo, mas as maiores chances de sucesso estão no amor traduzido em ação, em escolhas que impliquem na delicada missão de manter esse outro em sua vida com respeito, sem deixar de se respeitar.
A Psicoterapia é sempre um recurso de grande auxílio para os relacionamentos, seja uma proposta individual ou para o casal. A busca por autoconhecimento, escuta qualificada e compreensão de um profissional isento são impulsionadores de mudança e transformação. Porém, muitas vezes é o ultimo recurso de que o casal lança mão, quando o desgaste na relação já ultrapassou importantes limites e perdas significativas ocorreram pelo caminho.
Apesar das dificuldades, nós somos seres relacionais e viveremos sempre dentro dessa perspectiva, portanto quanto mais cedo aprendermos a nos relacionar, melhor será nossa qualidade de vida. Para isso precisamos lidar bem com o outro e antes de tudo, com nós mesmos.
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Compreender mais o comportamento humano e poder contribuir de alguma maneira na qualidade de vida das pessoas, sempre me gerou curiosidade e interesse. Por isto, desde muito cedo me apaixonei pela Psicologia.
Ainda na graduação de psicologia conduzi meus olhares para área de saúde mental e participei da equipe de doenças neurodegenerativas na UNIFESP, onde tive meus primeiros contatos com a Neuropsicologia.
Iniciei minhas especializações pela Psicopatologia e Dependência Química. Essa experiência me trouxe o desejo de aprofundar ainda mais meus conhecimentos na relação entre neurociência e a saúde mental. Por isto, escolhi o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP para consolidar minha atuação clínica.
No Instituto atuei como Psicoterapeuta abordando temas relacionados a masculinidade e feminilidade no Gender Group. Também estive como colaboradora no Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Álcool e Drogas (GREA), o que contribuiu para ampliar e fortalecer meu repertório sobre dependência química.
Retomei o contato com a Neuropsicologia, área promissora que estabelece relação entre o funcionamento cerebral e o comportamento humano, na qual possuo título de especialista.
Além de realizar diversas avaliações neuropsicológicas e de personalidade em áreas como a Psiquiatria, Neurologia, pude também me capacitar e atuar no contexto jurídico através do Núcleo Forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (NUFOR).
Construí minha carreira de maneira sólida, com atualizações profundas e constantes. Mesmo assim, entendo que meu trabalho baseia-se no pressuposto de que teoria nenhuma abarca a complexidade da alma humana.
Empatia e escuta individualizada são exercícios constantes; eixos para um atendimento mais humano e personalizado.
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