Aceitando a nova realidade Pós-Pandemia
Depois de vários dias, semanas, meses em isolamento social devido a pandemia do novo coronavírus (COVID-19), acompanhamos inúmeros depoimentos de como cada indivíduo está enfrentando o momento, redefinindo prioridades e resinificando a própria realidade.
Essa parada obrigatória que estamos vivenciando, até então sem uma data certa para terminar, causa reflexões, como por exemplo: quando tudo isso vai acabar? Quando tudo voltará ao normal? Quando terei minha vida de volta?
Não surpreende identificarmos através desses relatos uma variedade de emoções.Desde sentimentos de esperança, tristeza, negação raiva e frustração, seja pelo emprego perdido, liberdade individual privada, estagnação de metas pessoais ou seja pelas milhares de vidas perdidas em decorrência da COVID-19.
Situações que antes da pandemia eram comuns do nosso cotidiano como sair de casa sem máscara, reunir-se com familiares e amigos queridos, viajar, abraçar, ir ao cinema, andar de bicicleta no parque, voltar para casa sem a preocupação de ter sido fatalmente contaminado, são cenários que no momento estão fora da realidade da maioria das pessoas por tempo indeterminado.
Todas essas preocupações podem causar desgaste físico e esgotamento mental. Não raro, são acompanhados de sintomas de tristeza, apatia, insônia e ansiedade. Em contrapartida, faz-se importante continuamos a viver e construir memórias afetivas a partir do ponto onde estamos, através das experiências que temos no aqui e agora. Talvez não seja algo simples para todas as pessoas.
O perigo está na possibilidade de estagnarmos, presos a uma realidade que tínhamos no passado ou no futuro que está repleto de incertezas, perdidos no tempo e espaço que não temos mais controle. Transitar entre o passado, presente e futuro é um processo natural da nossa existência, inerente a nossa condição humana.
O desequilíbrio está em pararmos em algum desses tempos, limitando as possibilidades que estão sob o nosso alcance hoje.
Realidade Pós-Pandemia
Para ocorrerem as mudanças, será exigido de nós a elaboração de um novo sentido e como parte desse processo, talvez seja inevitável reavermos nossos velhos hábitos e deixarmos o nosso antigo estilo de vida para trás.
Esse processo de transição, mobilizam diversos recursos cognitivos e habilidades de resiliência, proatividade, otimismo, como importantes facilitadores para nos adaptarmos e nos apoderarmos de uma nova realidade e darmos o próximo passo, seguir em frente.
Cada indivíduo vivencia essa transição no seu tempo, passando por estágios e ciclos que são diferentes, mas complementares, para que possamos entender a perda de algo, alguém ou de um modo de ser e internalizar uma nova realidade, mesmo que temporariamente.
Não raro, podemos negar a necessidade de mudanças e tentarmos infrutiferamente nos convencemos de que nada mudou ou sentir raiva quando somos impelidos a nos adaptarmos.
Precisamos internalizar novos hábitos e condutas, tentamos negociar, e logo vêm a tristeza quando constatamos que de fato não existe outro caminho além da aceitação.
Nem sempre encontraremos respostas para todas as perguntas, mas podemos reconhecermos e construirmos novas formas de ser e existir como indivíduo e parte importante e integrada ao coletivo.
Se precisa de ajuda ou está com dúvidas, não deixe de se consultar com profissionais que podem te ajudar.