Como lidar com birras?
Birras, teimosias, caprichos, manhas, etc., aparecem com muita frequência quando lidamos com crianças. O que se faz, então, quando a criança faz birras? Quem já passou por essa situação, sejam pais ou responsáveis, já se depararam com esta dúvida. E as birras vão mudando de forma e conteúdo conforme crescemos, ficando cada vez mais elaboradas. Até adultos, de vez em quando, pode deixar a emoção tomar conta e fazer um “escândalo” não é mesmo? Vamos então resumir três dicas rápidas para lidar com esse tipo de manifestação emocional.
A primeira é saber identificar a “função” da birra, isto é, o propósito que esse tipo de comportamento está associado. Geralmente, são dois tipos: “ganhar” algo ou “fugir” de algo. Pode ser que a criança esteja querendo obter algo ou buscar alguma atenção (querendo acolhimento), para controlar o seu meio do seu jeito, ditar regra das coisas que está fazendo, entre outros desejos. Ou pode ser que esteja fugindo de algo, evitar uma frustração, se afastar ou quer afastamento de alguém ou algo que a incomoda. Isso é importante pois nos traz a informação necessária para começar a analisar o porquê daquela agitação e sensação de descontrole.
Uma vez bem compreendida e contextualizada a razão daquela birra, a dica seguinte é entender quais opções vamos escolher para lidar de forma mais adequada possível frente a uma criança fazendo birra, gritando ou esperneando. Lembrando que, uma vez diferenciada a birra de uma necessidade real, será importante saber não “recompensar” o comportamento inapropriado: se a criança está chorando muito por causa de um pirulito (sendo que ficou acostumado a ganhar sempre que vai ao mercado), então o ideal é não dar o que a criança quer na hora da pirraça e optar por conversar ou conter até que se acalme. Daí podemos ensinar alternativas de comportamento que não só se esperneando no chão. Ensinar a criança a modular ou a tolerar de forma assertiva suas frustrações é um dos caminhos para atenuar as crises.
O terceiro passo é justamente incentivar, com acolhimento, a criar outros comportamentos mais adaptativos. “Adaptativo” pode ser compreendido aqui como um comportamento mais socialmente aceito para comunicar suas necessidades ou desejos, sem negligenciar a tempestade emocional em curso. Isso pode ser feito estabelecendo regras fáceis de serem alcançadas e mantê-las de forma consistente: a ideia é facilitar o manejo emocional, além de reforçar a autoridade, sem cair no castigo desproporcional, piorando a birra. Ajude-o a entender que não obterá atenção só por causa da sua birra e que terá que, naquele momento, aprender outras alternativas para lidar com a frustração.
O importante é que a criança compreenda que ela é capaz, sim, de superar as adversidades e que não precisa estar sozinha neste processo de aprendizagem. Assim como nós, Adultos.