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Se eu fosse eu: até que ponto somos autênticos?

5 de janeiro de 2021
Por: Dr. Lucas Silveira
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Se eu fosse eu: até que ponto somos autênticos?

A ideia que se tem de ser autêntico é bem difundida em nossa sociedade de modo que muitas pessoas veem como positivo o discurso de ser verdadeiro e legítimo, bem como a ideia de que é possível se mostrar dessa maneira o tempo todo.

É bem verdade que não conseguimos sermos nós mesmos em todo momento, sendo necessário, às vezes, fazer uso de certas “máscaras” para encarar algumas situações com as quais nos deparamos.

Segundo Heidegger, filósofo alemão, a vida cotidiana se manifesta de maneira inautêntica, pois estamos lançados no mundo, ou seja, lidamos com situações as quais não escolhemos.

Do mesmo modo, por conta de preocupações e pressões que enfrentamos no dia-a-dia, somos muitas vezes inclinados a não agirmos de forma autêntica, perdendo nossa singularidade e não enxergando outras possibilidades mais próprias de ser.

A autenticidade seria a apropriação de si, uma tomada de consciência que possibilitaria enxergar novas alternativas para determinada situação, exercendo a liberdade de poder escolher e de lidar com as coisas com as quais nos relacionamos.

Muitas vezes, porém, isso não aparece. Vivemos constantemente no “piloto automático” e perdemos a liberdade de sermos nós mesmos, seja por medo ou por simplesmente não conseguir enxergar outras formas de lidar com aquilo que vemos, podendo então surgir um sentimento de aprisionamento, o que pode trazer sofrimento.

É certo que vivemos neste movimento de ser autêntico e inautêntico, contudo, a questão a ser avaliada e até que ponto isso faz bem ou não para nós.

Relacionado ao tema, coloco abaixo um conto de Clarice Lispector cujo tema envolve esta questão. Pode ser que ao questionarmos “se eu fosse eu” outras possibilidades apareçam e a oportunidade de ter uma nova visão sobre algo e a maneira de se relacionar ele apareça. O que você faria se fosse você?

“Quando eu não sei onde guardei um papel importante e a procura revela-se inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo.

Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase “se eu fosse eu”, que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar, diria melhor SENTIR.

E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser movida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de vida.

Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua, porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei.

Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo que é meu e confiaria o futuro ao futuro.

“Se eu fosse eu” parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido.

No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teriamos enfim a experiência do mundo.

Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar.

Não, acho que já estou de algum modo adivinhando, porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.”

Clarice Lispector

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Dr. Lucas Silveira
Psicólogo, neuropsicólogo

Meu interesse em Psicologia nasce da minha curiosidade em compreender o comportamento humano e na habilidade e potencialidade que esta profissão oferece de uma escuta diferenciada.

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