Falar é o melhor remédio – Setembro Amarelo
Socorro , não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo,
Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada.Arnaldo Antunes
Depressão. Patologia da mente humana, predominantemente caracterizada pela diminuição das sensações de prazer nas atividades da vida em geral. Tem como sintomas mais conhecidos a apatia, sentimento de vazio, onde nada mais importa e nada mais tem relevância. Sentimento de solidão, sensação de que ninguém é capaz de ajudar. Sentimentos de inferioridade, de que não se é boa companhia, sentimento de culpa, de que se é um fardo a ser carregado por alguém. Muitas vezes cursando com sintomatologia somática, dores pelo corpo, sensibilidade gástrica, entre outras manifestações a depender de cada indivíduo. Alteração no apetite, perda ou ganho de peso. Alteração no sono, insônia, terror noturno também pode cursar.
Os sintomas costumam prevalecer por um período médio de 10 dias consecutivos, causando comprometimento das atividades de vida diária da pessoa, quando ela mesma ou aqueles que com ela convivem podem começar a notar alterações. É comum que a própria pessoa por vezes não consiga identificar os sintomas da depressão, ou perceber sua acentuação, então, quanto mais conhecer acerca do tema, mais eficaz a prevenção dos desfechos negativos.
As causas das depressões, em maior ou menor grau variando de caso a caso, são variadas. O quadro pode advir de situações de estresse sistemático, que se repete por longo período de tempo.
O organismo, submetido a tal estresse, vai sofrendo desgaste e produzindo os sintomas que caracterizam uma depressão. O cansaço costuma ser um sinal de alerta.
Quando o sono já não é mais suficiente para promover repouso e recarga das energias, é sinal de que algo anda precisando de mais atenção.
Nosso cérebro é o órgão do corpo que mais consome energia dos alimentos ingeridos. Portanto, em situações de desgaste, esse consumo tenderá a se acentuar, o cérebro encontrará dificuldades em recarregar as energias para as atividades do dia, ou mesmo para a manutenção das sensações de bem estar e tranquilidade.
Como identificar que alguém pode estar precisando de ajuda e como ajudar?
Ao perceber uma ou mais das alterações mencionadas, procure proximidade à pessoa que está sofrendo. Ofereça escuta, ofereça companhia. Evite deixar a pessoa sozinha, mesmo que ele ou ela peça. Geralmente pessoas em depressão procuram ficar sozinhas mais do que de costume, outra alteração que pode ser notada também.
A escuta dos sentimentos e afetos do outro é ferramenta fundamental para a identificação e tratamento rápido de situações que podem evoluir para uma depressão maior. E, em muitos casos, tristemente, evolui para o suicídio.
Sim, se a pessoa acha por bem tirar a própria vida para terminar o sofrimento, isso não é brincadeira.
Não é apenas “para chamar a atenção”. Ainda que seja uma forma de chamar a atenção, se analisarmos detidamente a expressão, chamar a atenção é também pedir ajuda. Pedir socorro.
E pedir ajuda com a própria vida é assunto sério, precisa ser olhado o que existe ali, escutado o que se tem a dizer. E, é claro, procure ajuda profissional ao sentir que já não se é capaz de dar conta da situação ou mesmo da dor. Você não está sozinho.