O que é transtorno do pânico?
O transtorno do pânico (TP) é uma condição relativamente frequente na população geral, afetando cerca de 1 a 4% da população ao longo de suas vidas, sendo mais comum em mulheres, principalmente no fim da adolescência e início de vida adulta, com novo pico de ocorrência na quarta década de vida, podendo se associar a outros transtornos mentais.
O TP se trata de um transtorno mental em que há ocorrência de ataques de pânico recorrentes e inesperados. Esse ataque é uma crise aguda de ansiedade, com rápido início dos sintomas, muitas vezes, associado a sensação de medo, morte iminente, ou sensação de que se está enlouquecendo. Junto, há outros sintomas, como tremores, aumento da frequência cardíaca, falta de ar, sudorese etc. Geralmente, dura de 5 a 15 minutos, podendo persistir por até 1 hora.
Em função dos sintomas físicos, é frequente que eles sejam foco de atenção e muitas vezes motivem a busca aos serviços de urgência e emergência, tendo em vista a possibilidade de mimetizarem alterações cardíacas, pulmonares, neurológicas etc. Isso justifica a necessária investigação de quadros de início recente ou com mudanças de características das crises. Ao chegar para atendimento psiquiátrico, muitos pacientes já apresentam histórico de diversas passagens por pronto-socorros.
A ocorrência do ataque de pânico pode se dar em diversos outros transtornos mentais. O que caracteriza o diagnóstico de TP são as crises de forma repetitivas, geralmente inesperadas (isto é, “sem aviso”), que levam ao medo intenso de novas crises, ou mesmo evitação de situações que poderiam desencadear nova crise ou, ainda, outras mudanças comportamentais por conta dos ataques de pânico. A frequência das crises pode variar ao longo dos anos, muitas vezes, com períodos livres de crises.
Na ocorrência do transtorno, pode-se iniciar o tratamento, visando a melhora dos sintomas e redução das crises. O tratamento é baseado na psicoterapia, associado a boa orientação acerca das crises, e o uso de medicações, que são eficientes no tratamento. O tratamento medicamentoso deve ser mantido pelo menos por alguns meses, a princípio, a depender da resposta e evolução clínica, a fim de minimizar possíveis recaídas.