O que é o transtorno disfórico pré-menstrual?
A tensão pré-menstrual (TPM) é uma síndrome bastante conhecida entre as mulheres, acomete cerca de 20 a 30% das mulheres em idade fértil. O transtorno disfórico premenstrual (TDPM), por outro lado, menos conhecido, é uma forma grave, mais extrema da tensão pré-menstrual. Em geral, tem sintomas semelhantes à TPM, e inclui alterações do humor, alterações do sono, apetite, bem como sintomas físicos. Característicamente, esses sintomas ocorrem nas 2 semanas que antecedem a menstruação, e tendem a desaparecer ou serem atenuados assim que ela ocorre. Pode surgir em qualquer idade, desde a menarca (primeira menstruação) até a ocorrência da menopausa.
Alguns fatores do estilo de vida parecem se associar ao maior risco de TDPM. O uso de substâncias como álcool e cigarro e a alta ingestão de cafeína, parecem se associar ao maior risco para que os sintomas ocorram, enquanto que uma alimentação saudável, e com maior ingestão de cálcio, vitamina D, bem como outras vitaminas e nutrientes de ocorrência dos sintomas.
Embora os sintomas sejam semelhantes, o diagnóstico do TDPM é baseado no maior sofrimento e prejuízo para a mulher, em especial, pelas alterações do humor. A alteração emocional é uma das principais marcas. Há alterações do humor, com irritação, depressão, ansiedade e mesmo oscilação frequente do humor. Além disso, muitas vezes uma maior sensibilidade emocional, com os “nervos à flor da pele” pode aparecer. Pode acontecer ainda alguns sintomas adicionais podem estar presentes, como menor interesse por atividades, aumento e/ou redução de sono e apetite, fadiga, sensação de estar sobrecarregada, inchaço das mamas, dores articulares e aumento de peso podem acompanhar.
O diagnóstico do TDPM é basicamente clínico, com a avaliação médica. Não há exames que possam dar o diagnóstico específico, mas podem ser úteis para descartar outras causas parfa os sintomas. Para apoiar o diagnóstico, pode-se utilizar um diário de sintomas, para avaliação por pelo menos 2 meses, a fim de avaliar como flutuam ao longo do ciclo menstrual e ter um diagnóstico mais preciso.
O tratamento tem como objetivo regularizar a função cerebral e dos neurotransmissores ou controlar as flutuações hormonais através da inibição da atividade do ovário. Para isso, temos o tratamento não-farmacológico e o farmacológico (antidepressivos e terapia hormonal).
O tratamento não-farmacológico é um dos principais pilares no tratamento desses sintomas. Não só o exercício físico regular, mas também alimentação saudável, menor ingestão de álcool e cafeína, bem como técnicas para lidar com estresse. A psicoterapia sempre é bem-vinda, porque contribui com a forma de entender e lidar com as dificuldades trazidas pela condição clínica. Em casos em que seja necessário, o uso de medicações, como antidepressivos e a terapia hormonal, pode ser considerado.