Capítulo IV: sofrimento é opcional?
Lembro aqui uma frase que diz: “às vezes, a dor é inevitável, mas o sofrimento pode ser opcional”. Eu sei…na “teoria” é tudo lindo, mas na prática, não é bem assim. Nem sempre conseguimos escolher sofrer (ou não) por alguma condição que nos é imposto na vida. Por isso, ter OPÇÕES, pode ser uma chance para evitar certas tribulações. Costumo comparar, guardado as devidas proporções, com aqueles restaurantes tipo rodízio. Geralmente, agrada a maioria, justamente por ter muitas opções. Repare que, apesar de não conseguirmos escapar da “fome”, podemos escolher (quando é possível) a forma que desejamos saciar a vontade de comer.
Uma dúvida comum é saber qual a melhor opção. A resposta para isso resume-se na seguinte receita: dê preferência àquela que abrir mais portas, ou seja, opções que possam gerar mais opções. Pensar ou ter um olhar para uma situação difícil de tal forma que leve a te motivar a agir de forma benéfica, faz com que você opte por se “esforçar” e não por “sofrer” (há uma diferença entre essas duas condições). Fazendo uma alusão à metáfora do deserto que mencionei no capítulo anterior, seria como “escolher” pensar que irá encontrar água caso aja de forma consistente, ao invés de acreditar que irá chover logo no deserto onde está (limitando ou “reduzindo” as opções de aliviar a “dor” da sede).
Muita gente então me pergunta: “e quando não temos essas escolhas disponíveis? ”. Não há resposta fácil para essa dúvida porque ainda não temos uma solução definitiva para tais situações. Ficamos consternados, por exemplo, ao ver tanto alimento sendo produzido e, ao mesmo tempo, tanta gente em insegurança alimentar. A boa notícia é que nem sempre terá que passar por esse sufoco sozinho. A chance que alguém esteja disposto a te ajudar a encontrar a água num deserto de amarguras tem aumentado. Parafraseando um outro dizer popular: “se correr, o bicho pega, se ficar, o bicho come; mas agirmos juntos…o bicho foge”.