Como apoiar emocionalmente uma vítima de estupro?
Recentemente uma sequência de episódios de estupros tomaram conta dos noticiários. O suposto caso de uma adolescente, uma atriz famosa, uma grávida anônima e isso diz muito sobre a ocorrência desse fato no nosso pais. É o tipo de violência e agressão que não escolhe um perfil, um nicho, um ciclo social. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil teve em média 1 estupro a cada 10 minutos no ano de 2021, entretanto, sabe-se que infelizmente, os casos são subnotificados e essa estimativa que numericamente seria avassaladora, é ainda gentil, quando comparado as prováveis incidências reais.
Notícias como essa nos sensibilizam, entristecem, mas e quando a vítima não está no noticiário e sim perto de nós? Ou quando a vítima somos nós?
O estupro é um ato de violência que tem uma série de conseqüências físicas. Mas são as psicológicas que muitas vezes têm atenção negligenciada e podem gerar seqüelas crônicas e irreversíveis.
Estudos apontam diversos impactos emocionais na pessoa que foi vítima de estupro, como aumento da sensação de medo, medo da reação e julgamento alheio, dificuldade nas relações interpessoais, intensificação de sentimentos de culpa, baixa autoestima, irritabilidade, maior probabilidade de desenvolvimento de Depressão e de Transtorno de Estresse Pós Traumático; e certamente essas são apenas algumas das conseqüências psicológicas.
De maneira geral, podemos considerar que a vítima de uma violência tão grave, está muito debilitada emocionalmente. Necessita de suporte, apoio, acolhimento incondicional; necessita saber que não está sozinha. Precisa de tempo para elaborar o ocorrido e muitas vezes, de auxílio profissional para ajudá-la a colocar ordem nas próprias emoções que colapsam diante de tamanho sofrimento.
Não há uma “receita de bolo” do que fazer ou como fazer para ajudar. Mostrar-se presente, apoiar e se dispor na busca de um bom profissional, caso a pessoa queira, podem ser alternativas importantes nessa reconstrução emocional.