Quando o luto é patológico
Diferente de como se estabelecem as relações profissionais, emocionalmente ninguém é substituível, e a dor do luto é inevitável. Esse processo é mais frequentemente associado à experiência de morte, mas na verdade ocorre diante de qualquer perda, seja um divórcio, uma demissão, falência, a descoberta de uma doença grave, um aborto. Sempre que há perda, há luto.
O luto tem como objetivo amenizar o sofrimento gerado por uma ausência, é a maneira como as nossas emoções se reorganizam para adaptar-se a perda e ao “novo vazio” que reconhecem. Não é um processo feliz ou fácil, acomoda emoções como raiva, culpa, tristeza, solidão, ansiedade, descrença, medo.
Entretanto, é fundamental considerar que nesse processo natural há um começo, meio e fim. Ou seja, se essa fase se torna intensa e contínua, ela deixa de ser uma reação natural e passa a uma condição patológica.
Não há consenso na literatura que defina o tempo exato para ocorrência do luto, que também está muito associado ao significado do objeto de perda. Entretanto, considera-se o primeiro ano como muito delicado, já que o enlutado estará submetido a vivenciar pela “primeira vez” datas comemorativas, eventos, circunstâncias, tendo que enfrentar essa ausência e adaptar- se.
O luto patológico acontece quando a pessoa tem dificuldade em retomar a sua vida, após longo período de vivência da perda. Essa dificuldade pode ser percebida por sintomas como a falta de vontade de retornar o trabalho, de se relacionar com outras pessoas, de manter o autocuidado, fazer atividades do dia a dia como ir ao supermercado, ou pelo aumento do consumo de bebidas alcoólicas e/ou outras substâncias.
Lidar com perda nunca é fácil, especialmente se tratando de morte. Mas a melhor forma de honrar a memória de uma pessoa querida, é conseguir expressar a existência dela em você, através da retomada da sua vida e das atividades que vocês desfrutavam juntos.
Se perceber o prolongamento desse sofrimento e extrema dificuldade em adaptar-se diante de uma perda, busque ajuda, procure um profissional.
Compreender mais o comportamento humano e poder contribuir de alguma maneira na qualidade de vida das pessoas, sempre me gerou curiosidade e interesse. Por isto, desde muito cedo me apaixonei pela Psicologia.
Ainda na graduação de psicologia conduzi meus olhares para área de saúde mental e participei da equipe de doenças neurodegenerativas na UNIFESP, onde tive meus primeiros contatos com a Neuropsicologia.
Iniciei minhas especializações pela Psicopatologia e Dependência Química. Essa experiência me trouxe o desejo de aprofundar ainda mais meus conhecimentos na relação entre neurociência e a saúde mental. Por isto, escolhi o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP para consolidar minha atuação clínica.
No Instituto atuei como Psicoterapeuta abordando temas relacionados a masculinidade e feminilidade no Gender Group. Também estive como colaboradora no Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Álcool e Drogas (GREA), o que contribuiu para ampliar e fortalecer meu repertório sobre dependência química.
Retomei o contato com a Neuropsicologia, área promissora que estabelece relação entre o funcionamento cerebral e o comportamento humano, na qual possuo título de especialista.
Além de realizar diversas avaliações neuropsicológicas e de personalidade em áreas como a Psiquiatria, Neurologia, pude também me capacitar e atuar no contexto jurídico através do Núcleo Forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (NUFOR).
Construí minha carreira de maneira sólida, com atualizações profundas e constantes. Mesmo assim, entendo que meu trabalho baseia-se no pressuposto de que teoria nenhuma abarca a complexidade da alma humana.
Empatia e escuta individualizada são exercícios constantes; eixos para um atendimento mais humano e personalizado.
Artigos recentes
Mancini Psiquiatria
