Qual o melhor tipo de terapia para mim?
A psicoterapia é um tipo de tratamento pela palavra, em que uma ou mais pessoas (pacientes) falam com uma outra pessoa (psicoterapeuta). O objetivo geralmente é ajudar a aliviar algum sofrimento, e isso é feito com acolhimento e às vezes direcionamentos.
As pessoas que procuram psicoterapia podem ter diversas queixas. Há por exemplo, dificuldades emocionais como crise no casamento, traumas ou não conseguir lidar com pessoas. As comportamentais envolvem medo de falar em público, compulsões, fobias. As cognitivas podem ser pensamentos depressivos ou ansiosos.
Existem diversas modalidades de psicoterapia, envolvendo número de pacientes, linhas teóricas diferentes e modos de interagir. Cada pessoa pode preferir uma ou outra, de acordo com a fase de vida ou sua personalidade. Entretanto, um fator importante e às vezes desconsiderado, é a própria pessoa do terapeuta. Isso quer dizer que duas pessoas com a mesma formação podem ter efeitos completamente diferentes para uma pessoa, de acordo com o jeito como elas se portam e com o passado do paciente (o terapeuta lembra uma pessoa na vida do paciente, por exemplo).
Quais as pessoas qualificadas para atender em psicoterapia?
Psicólogos, psicanalistas, psiquiatras, psicoterapeutas. São profissões que fazem a mesma coisa? Depende.
Psicologia e psiquiatria são formações. A psicologia é uma área da ciência que estuda comportamento humano, e abrange muitas linhas, sendo algumas delas aplicáveis à psicoterapia. Em outras palavras, existe faculdade de psicologia (que dura 5 anos), e a pessoa que se formar pode decidir ser psicoterapeuta ou trabalhar em outras áreas dentro da própria psicologia (por exemplo em empresas em RH, escolas, hospitais entre outros).
A psiquiatria é uma especialidade da medicina e envolve transtornos mentais, ou seja, “doenças” mentais.
O psiquiatra diagnostica a presença ou não de um transtorno e a partir disso define um tratamento, que pode ser medicação, psicoterapia, terapia ocupacional ou nutrição, por exemplo. Ele mesmo pode prescrever medicação e/ou atender em psicoterapia.
A psicoterapia pode ser útil tanto para lidar com dificuldades e angústias corriqueiras da vida, como dissemos antes, como um tratamento para transtornos mentais. O psicólogo e o psiquiatra podem ser habilitados para fazê-lo nesses dois casos.
Já a psicanálise é uma linha de psicoterapia, entre muitas outras, que serão explicadas aqui.
Quais as formas de atendimento?
Frequentemente, quando pensamos em psicoterapia, lembramos de um senhor de óculos escrevendo em uma prancheta enquanto outra pessoa está deitada em um divã. Esse é o Método Freudiano de atendimento. Freud foi um psicanalista e atendia pessoas individualmente sem olhá-las nos olhos.
A maior parte das psicoterapias é individual, ou seja, têm apenas um terapeuta e um paciente, mas em geral um está olhando para o outro. Mas existem outros modelos de terapia como:
- Terapia de Casal (casal + terapeuta);
- Terapia de Família (com as pessoas da família que quiserem fazer o tratamento como pais e filho ou mãe e filhos + terapeuta);
- Terapia em Grupo (várias pessoas que podem ter questões em comum ou não + um ou 2 terapeutas guiando a conversa em roda).
Antes da pandemia, apenas os psicólogos estavam autorizados a atender online, mas ainda assim muitos deles privilegiavam o atendimento presencial. Agora, os médicos psiquiatras também podem atender à distância. Tem se observado que o desenrolar da terapia não foi prejudicado com a distância. Perde-se em algumas coisas (a linguagem corporal completa, problemas de internet), mas ganham-se outras (novas facetas da vida de cada um, como saber como é a casa do terapeuta ou temas que viriam com menos frequência).
Que linhas de psicoterapia existem?
Existem mais de 50 linhas de psicoterapia. Mas em geral, podemos dividir as principais em 2 grandes grupos: as Comportamentais e as Dinâmicas.
Dentre as comportamentais, existem diversas linhas como:
- Análise Comportamental;
- Terapia Cognitivo-Comportamental;
- Terapia de Aceitação e Compromisso;
- Terapia Dialético-Comportamental e outras.
Cada uma delas tem sua especificidade, mas talvez algo que as una é a visão de que atuamos no que se observa: no pensamento, no comportamento. E assim, identificamos ou agimos sobre o observado, buscando nomeá-lo, aceitá-lo ou modificá-lo.
Dentre as dinâmicas, podemos citar a Psicanálise, a Psicologia Analítica (Junguiana), o Psicodrama como principais.
Nessas, acredita-se que há algo por trás do que sentimos e fazemos, que está além da nossa vontade ou história. São psicoterapias em que o vínculo tem um papel especificamente importante, já que acredita-se que é possível reviver relações ou modos de funcionamento antigos ao interagir com o psicoterapeuta e assim, falar sobre isso e modificar implicitamente como vivenciamos nossas questões.
Pode haver alguns direcionamentos, mas é como se estivéssemos pensando em voz alta, sem que haja realmente atuações para modificar comportamento.
Qual a duração de uma sessão? E de um tratamento?
Em geral, a frequência das psicoterapias é de no mínimo uma vez por semana. Em casos específicos pode ser possível quinzenal, mas em geral isso afeta a continuidade e compromisso do tratamento.
O número de sessões por semana pode ser maior de acordo com a demanda do paciente (mais angústia).
O tratamento pode ter um número de sessões definido (geralmente chamado de breve) ou pode ocorrer enquanto o paciente sentir necessidade (e pode durar anos se ambos quiserem).
A maior parte das psicoterapias comportamentais têm um padrão breve. As dinâmicas tendem a ser longas, mas existem situações em que são realizadas breves.
Considera-se um mínimo de 12 sessões para se realizar um trabalho para uma questão específica, e é possível aumentar o prazo caso se sinta necessidade ou apareçam novas questões.
Enfim, a psicoterapia é uma modalidade de atendimento da saúde mental, que abrange um grande número de cenários, para todos os gostos e preferências. É um tratamento que pode ajudar muito na forma como interagimos no mundo e reconhecemos nossos sentimentos, tratando, mas também prevenindo transtornos mentais.
No final das contas, o elemento que está em toda essa diversidade é o vínculo que se tem com o terapeuta. Caso sinta vontade ou curiosidade, busque um psicoterapeuta. E procure alguém com quem você se sinta bem, mesmo que não seja com o primeiro profissional que te atender.
Se precisa de ajuda ou está com dúvidas, não deixe de se consultar com profissionais que podem te ajudar.