Qual sonho você busca?
O ser humano é composto por um emaranhado de desejos, que se expressam tanto em um tempo mais imediato como em uma estruturação a longo prazo.
Por exemplo, considerando o curto prazo, podemos ter a vontade de comer aquela torta de morango que apenas nossa avó sabe preparar com todo o requinte. Já no longo prazo, organizamos os projetos nas diversas áreas da vida, os sonhos que buscamos, o que consideramos como realização profissional, as expectativas que trazemos nas relações.
Para conseguir concretizar nossos desejos, fazemos uso do nosso pensamento, da nossa capacidade cognitiva. Com o planejamento e o raciocínio conseguimos organizar as medidas necessárias para obter aquilo que desejamos.
Por exemplo, se estamos com vontade de encontrar alguém, telefonamos ou enviamos uma mensagem, avaliamos os horários disponíveis no meio da nossa agenda, escolhemos o local e horário, e nos preparamos para chegar até lá.
O mesmo se dá com projetos em nossa carreira – organizamos o que é preciso estudar, os investimentos que precisam ser realizados, entre outros.
Além disso, há o campo da afetividade, com nossas emoções e sentimentos, que baliza o andamento desses projetos. É através desse campo que obtemos a motivação e a empolgação para prosseguir.
Também é através da afetividade que nos sentimos desmotivados quando temos que direcionar forças para um projeto que nos descontenta. Ou seja, os nossos sentimentos servem como um guia para avaliar como temos direcionado os nossos projetos de vida.
Enfim, somos um emaranhado de desejos, usamos nosso raciocínio para estruturar os meios para alcançá-los e temos os sentimentos que balizam esse caminho. Vale a pena observar que esses desejos se estruturam ao longo de nossa vida.
Desde que nascemos, somos inseridos em uma família, uma sociedade e uma cultura, que nos “ensinam” seus valores. Observamos modelos do que gostar e do que não gostar, do que reconhecer como importante e como supérfluo. Através desses modelos, vamos nos espelhando, experimentando e estruturando nossa própria identidade.
Todavia, é muito frequente ficarmos presos ao longo desse processo. Assim, ao invés de construirmos nossa própria identidade, ficamos algemados ao modelo do outro.
Buscamos uma profissão exclusivamente porque nossos pais queriam assim; trabalhamos, guardamos nosso dinheiro e consumimos um produto que a sociedade preza como importante. Com isso, deixamos de identificar o que é de fato importante para nós mesmos, deixamos de correr atrás do sonho que de fato é relevante para nós. Desse modo, é comum sobrevir um incômodo, uma desmotivação, um sentimento de falta de sentido. E com isso resta a pergunta: qual sonho você busca?