psicologia dos bebes
Os bebês tem muito mais capacidades cognitivas do que se acreditava antigamente. Hoje em dia sabemos que já desde a mais tenra idade, os bebês já criam suas memórias e a sua saúde mental pode ser influenciada e a sua saúde mental pode ser influenciada por eventos que ocorrem tão logo eles nascem.
Assim que um bebê nasce, ele já possui algumas capacidades reflexas. Em imagens de ultrassonografia nas quais o feto aparece chupando o dedo, por exemplo, é o reflexo de sucção que se desenvolve, já desde antes do parto.
Vários reflexos do bebê nos primeiros meses de vida são considerados involuntários, o outros vão sendo substituídos por movimentos mais sofisticados e controlados por ele próprio, em torno dos 06 meses de idade.
Apresentar esses reflexos no início da vida é importante não apenas por uma questão de sobrevivência, mas também por sinalizar que o bebê está se desenvolvendo dentro do esperado, ou pode sinalizar já precocemente um possível atraso no desenvolvimento, o qual, o quanto antes verificado, maiores as chances de um bom prognóstico.
Os reflexos devem ser avaliados nas primeiras consultas pediátricas, por oferecerem pistas importantes a respeito do desenvolvimento, ainda que cada bebê tenha o seu próprio ritmo individual. Comparando as características de um bebê com as apresentadas com a maioria dos outros, consegue-se ter uma noção geral do que esperar em outras faixas etárias, bem como antever quais estímulos podem ser mais adequados para ajudá-lo diante de alguma dificuldade.
Alguns fatores são importantes ao desenvolvimento do feto durante a gestação. Seu crescimento saudável depende de uma boa nutrição da mãe.
A ingestão de álcool, nicotina ou outras substâncias pode gerar prejuízos graves e fatais ao feto. Já desde muito cedo os bebês apresentam capacidades psicológicas impressionantes! Com apenas 5 meses de idade, muitos bebês já exibem noções rudimentares de matemática.
Em um estudo, bebês com essa idade reagiram de forma peculiar ao resultado final de operações simples de adição e subtração. Contas como 1+1 ou 2-1 eram realizadas diante dos bebês por meio de alguns objetos. Os pesquisadores perceberam que os bebês passavam mais tempo olhando para o resultado apresentado quando este estava incorreto, do que quando estava certo. De acordo com o que concluíram estes pesquisadores, o olhar prolongado do bebê estaria refletindo uma quebra de expectativa nos bebês.
Outro aspecto no qual bebês se destacam é na audição. Muitos recém nascidos conseguem distinguir e até mesmo preferem a voz materna em relação a outras vozes. Parte disso se deve às vivências intra-uterinas.
O útero é um ambiente bastante estimulante à audição, o que contribui ao desenvolvimento dessa capacidade. Como a voz da mãe é ouvida de perto, é comum que o bebê se sinta mais familiar com esse som.
Bebês evitam altura de maneira bastante espontânea. Muitos imaginam que o medo de altura aparece após alguma queda, um machucado ou conforme a aquisição da percepção de profundidade, mas algumas pesquisam trazem que o medo de altura nos bebês parece estar relacionado com o aumento de experiências locomotoras, em torno dos 9 meses de idade.
Tais experiências, quando o bebê é levado de um lado para o outro no colo dos pais e figuras cuidadoras, quando viaja de carro, entre outros, vão tornando o bebê mais confiante nas informações visuais que sinalizam a relação entre os seus movimentos e o ambiente, incluindo a noção de altura.
Bebês são muito bons em formar memórias. Embora realmente não consigam se lembrar de fatos, nomes e detalhes de eventos, até por ainda não haverem se inserido no universo da linguagem verbal se forem muito novinhos. Quanto às memórias declarativas, de fato os bebês não se lembram de muita coisa. Quanto à memórias não declarativas, aquelas ligadas à aquisição de habilidades motoras, por exemplo, os bebês conseguem formá-las praticamente desde recém nascidos.
Isso é possível pois esse tipo de memória é independente de um alto grau de consciência de si ou do desenvolvimento da linguagem verbal para ser armazenada. As memórias deste tipo os permitem executar tarefas bastante complexas na fase adulta, como tocar um solo de guitarra, andar de bicicleta ou dirigir um carro.
Em um estudo, a capacidade cognitiva relacionada à atividades motoras foi avaliada em bebês de 6 a 9 meses de idade, focando-se na imitação induzida. Uma ação simples utilizando um objeto, tocar um sino, era apresentada aos bebês inicialmente. Depois, os cientistas observavam se o bebê repetia a ação espontaneamente. Os bebês de 06 meses de idade imitaram a ação por até 24h depois de ela ter sido apresentada a eles, enquanto os bebês de 09 meses de idade eram capazes de repetir a ação por até 48h após terem sido expostos à ela.
É natural não lembrar de tantas coisas sobre os nossos primeiros anos de vida, já que a linguagem verbal faz muita falta na criação das memórias declarativas. Conforme nossas capacidades linguísticas se aprimoram, a memória também melhora. Ainda sem se lembrar de maneira consciente, as memórias declarativas adquiridas na infância podem permanecer pro resto da vida, afetando vários comportamentos.
O cérebro dos bebês é bem mais flexível e possui muito mais conexões entre neurônios do que o cérebro dos adultos. É na primeira infância que o cérebro mais se desenvolve ao longo da vida, maximizando muito a capacidade de aprendizagem. Após esse grande crescimento inicial, acontece um fenômeno neuronal denominado poda sináptica, na qual ocorre a eliminação de conexões neuronais pouco utilizadas e o fortalecimento das mais fortemente ativas, o que torna o funcionamento do cérebro mais eficiente.
As competências sociais e emocionais dos bebês começam a se desenvolver desde muito cedo. Um bom vínculo afetivo entre a mãe e o bebê leva a competências sociais e emocionais melhor desenvolvidas em fases posteriores da vida da criança. Os pais ou cuidadores são a principal fonte de amor, segurança e compreensão do mundo para um bebê. Construir uma relação positiva com eles pode passar a impressão de que o mundo é um lugar seguro, estável e de que se relacionar com os outros pode ser algo bom.
Já uma relação negativa ou deficitária com os pais pode passar a impressão contrária, gerando repercussões complicadas.
Quando bebês vivem constantemente em situações estressantes, e naturalmente ainda não são capazes de perceber com clareza quem podem buscar para obter apoio, eles podem vir a apresentar diferentes prejuízos psicológicos no futuro. Importante que os pais ou cuidadores de um bebê garantam um ambiente menos estressantes, e utilizem formas não violentas de educar, ainda que algumas situações sejam desafiadoras. Educar realmente dá trabalho, já o dizem os pais, e é com atenção e amor que se forjam serem melhores neste mundo!
Fonte
www.minutospsiquicos.com.br e Psicólogo André Rabelo.