Conheça os principais mitos sobre suicídio
Setembro é o mês da Prevenção ao Suicídio. Falamos de prevenção porque existem meios de prevenir essa causa de mortalidade. O assunto ainda é tabu na nossa sociedade e muita gente evita falar sobre porque o tema é delicado e doloroso. No entanto, não falar não faz com que os suicídios acabem ou parem de ocorrer. Ao contrário. Não falar sobre o assunto, aumenta esse risco.
Tratar a questão com responsabilidade é a melhor maneira de prevenir, e nos auxilia a ajudar aqueles que pensam em atentar contra a própria vida de maneira mais efetiva e empática. Abaixo, esclareceremos alguns mitos sobre o assunto. Acompanhe!
O suicídio é uma morte inevitável: MITO
O suicídio, em sua grande maioria, ocorre associado a uma condição mental. Nos momentos em que a pessoa não encontra saída para um sofrimento insuportável. Essas pessoas passaram por várias situações que as levaram a isso. O suicídio é a consequência final de um longo processo. Em todo esse percurso, é possível atuar e prevenir para que esse sofrimento não chegue ao suicídio. Isso passa por promoção da saúde mental antes do adoecimento, por diagnosticar transtornos mentais e tratá-los e por estar atento aos sinais de pessoas que ainda não estão com transtornos mentais compensados.
Para isso, é preciso abrir espaço para falarmos sobre sentimentos e sofrimento. É necessário saber que o adoecimento mental não depende da vontade do indivíduo, e que não é fraqueza buscar um psiquiatra ou um psicoterapeuta em momentos difíceis.
Pessoas que querem se matar não contam para ninguém: MITO
A maior parte das pessoas que estão com ideação suicida falam sobre isso. Às vezes tomamos isso como força de expressão ou chantagem, acreditando que a pessoa que realmente o faria, ficaria quieta em relação ao seu planejamento. Mas isso não é verdade. Essas manifestações devem ser encaradas como um alerta para risco real.
As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais frequentemente. Confessam se sentir mais desesperançosas com o futuro, culpadas ou com falta de autoestima. Podem falar coisas como “vou desaparecer”, “queria poder dormir e nunca mais acordar”, “quero morrer”. Às vezes o tom é irônico e pode ser encarado como brincadeira, mas as pessoas que falam isso estão, realmente, pensando nisso. Valorize o que foi dito caso ouça. Essas mensagens não se limitam à fala, elas podem ocorrer pela escrita, ou por desenhos.
Atente-se também aos sinais de isolamento. As pessoas com pensamentos suicidas podem se isolar, não atender a telefonemas, interagir menos nas redes sociais, ficar em casa ou fechadas em seus quartos, reduzir ou cancelar todas as atividades sociais, principalmente aquelas que gostavam de fazer.
Perguntar sobre querer se matar para alguém deprimido pode lhe dar a ideia: MITO
Pense em você: se te perguntassem hoje se você quer se matar, você mudaria de ideia porque a pessoa perguntou? Pessoas que não estão pensando em suicídio não veem motivo para considerar isso, mesmo que estejam sofrendo. As pessoas em geral não pensam na finitude da vida com tanta frieza, a menos que estejam se sentindo sem saída e buscando alguma forma de alívio.
Mais ainda, para quem está pensando nisso, falar sobre o suicídio DIMINUI o risco dele! Conversar tende a amenizar as angústias e tensões dos pensamentos suicidas. Quanto mais falarmos sobre o assunto, mais estamos colaborando para a prevenção.
Só ajuda especializada previne suicídio: MITO
Para que a pessoa chegue na ajuda especializada, é importante que todo mundo faça sua parte atuando em qualquer parte da cadeia que é: falar sobre sentimentos, estar atento ao outro, diminuir o preconceito com os transtornos mentais e seus tratamentos.
Caso você identifique uma pessoa sob risco de suicídio, aqui estão coisas que você pode fazer:
- Encontre um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa. Deixe-a saber que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta e ofereça seu apoio;
- Incentive a pessoa a procurar ajuda profissional, que pode ser um pronto-socorro ou profissional da saúde mental, dependendo da gravidade. Você pode se oferecer para acompanhá-la;
- Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa;
- Se a pessoa com quem você está preocupado vive com você, assegure-se de que ela não tenha acesso a meios para provocar a própria morte como pesticidas, armas de fogo ou medicamentos;
- Fique em contato para saber o que a pessoa está fazendo e pelo que está passando.
O primeiro passo é estar aberto a ouvir. Busque entender o outro e peça ajuda caso isso seja demais para você. Se todos nós pudermos nos ajudar quando as coisas estiverem muito pesadas, podemos evitar alguns desses adoecimentos e suicídios.
Se precisa de ajuda ou está com dúvidas, não deixe de se consultar com profissionais que podem te ajudar.
Entre em contato com os nossos profissionais clicando aqui.