Positividade Tóxica: a falha tentativa de sufocar sentimentos “negativos”
Já experimentou a sensação de contar um fato ruim/triste sobre sua vida, e ao invés de ter seu
sofrimento reconhecido, você ouve da pessoa: “Ah, mas pelo menos…” ou então “Não pense
em tristeza, que você atrai…” ou ainda “Você só viu o lado negativo…”. Sendo essas, situações
em que o sofrimento é real, inerente, aceitável, mas as respostas são equivocadas tentativas
de negação.
Vivemos em uma sociedade altamente intolerante a sentimentos como tristeza, frustração,
solidão, decepção, inveja, medo. As pessoas de modo geral não sabem como reagir, nem como
acolher esses sentimentos, então há um convite implícito para sufocamento e negação deles.
Além disso, incentiva-se o extremo oposto: a obrigação pela felicidade, pelo pensamento
positivo, a nutrição permanente de sentimentos como gratidão, satisfação, realização. O
“bonito” é ser feliz em qualquer que seja o contexto e o problema, é que esse “bonito” é
também ilusório.
A postura de manutenção da felicidade a qualquer custo, nos distancia de nós mesmos e
reprime nossas verdadeiras emoções. Nos escondermos atrás de uma postura
generalizadamente positiva, é afastar as pessoas da nossa real imagem, do quanto somos
imperfeitos, vulneráveis e nos distancia também da chance de sermos acolhidos. É uma forma
imatura de lidar com as emoções, porque frequentemente sentimentos raiva, medo, inveja,
frustração e esses sentimentos são reações naturais, constituem o ser humano.
A positividade a qualquer custo é tóxica, porque exige esforço para o alcance de uma meta
inatingível, que resulta invariavelmente em sofrimento. Permitir-se reconhecer, identificar e
lidar com emoções “negativas” é altamente necessário para o desenvolvimento de uma vida
emocional saudável e equilibrada. Essas emoções expõem nossos limites, deflagram áreas em
que precisamos amadurecer, dizem a respeito de quem nós somos e a nossa história. Por isso,
não devem ser desprezadas mas acolhidas por você, pelo outro em quem você confie, ou por
um profissional qualificado.
Compreender mais o comportamento humano e poder contribuir de alguma maneira na qualidade de vida das pessoas, sempre me gerou curiosidade e interesse. Por isto, desde muito cedo me apaixonei pela Psicologia.
Ainda na graduação de psicologia conduzi meus olhares para área de saúde mental e participei da equipe de doenças neurodegenerativas na UNIFESP, onde tive meus primeiros contatos com a Neuropsicologia.
Iniciei minhas especializações pela Psicopatologia e Dependência Química. Essa experiência me trouxe o desejo de aprofundar ainda mais meus conhecimentos na relação entre neurociência e a saúde mental. Por isto, escolhi o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP para consolidar minha atuação clínica.
No Instituto atuei como Psicoterapeuta abordando temas relacionados a masculinidade e feminilidade no Gender Group. Também estive como colaboradora no Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Álcool e Drogas (GREA), o que contribuiu para ampliar e fortalecer meu repertório sobre dependência química.
Retomei o contato com a Neuropsicologia, área promissora que estabelece relação entre o funcionamento cerebral e o comportamento humano, na qual possuo título de especialista.
Além de realizar diversas avaliações neuropsicológicas e de personalidade em áreas como a Psiquiatria, Neurologia, pude também me capacitar e atuar no contexto jurídico através do Núcleo Forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (NUFOR).
Construí minha carreira de maneira sólida, com atualizações profundas e constantes. Mesmo assim, entendo que meu trabalho baseia-se no pressuposto de que teoria nenhuma abarca a complexidade da alma humana.
Empatia e escuta individualizada são exercícios constantes; eixos para um atendimento mais humano e personalizado.
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