Por que tomo remédios e não melhoro?
Após passar em uma consulta com um psiquiatra, algumas pessoas começam a tomar a medicação prescrita e não notam melhora em seus sintomas. Outras já tomam medicações há um bom tempo e ainda não observam melhoras em seu quadro. Com isso é comum aparecer a pergunta: por que tomo remédios e não melhoro?
Primeiramente, é importante saber que os transtornos mentais são quadros complexos e multifatoriais, ou seja, o seu aparecimento e desenvolvimento pode ter a contribuição de fatores biológicos (genéticos, hormonais), psicológicos (organização da personalidade, resiliência), sociais e culturais. Portanto, é fundamental uma minuciosa avaliação psiquiátrica, que permita ao profissional uma compreensão mais clara sobre o indivíduo que procura por ajuda. Com isso, será possível elaborar um plano de tratamento que consiga abranger essa complexidade.
Durante a avaliação, o psiquiatra poderá entender quais opções de medicações compatíveis para o tratamento do quadro trazido pelo paciente. É importante saber que a medicação demora um tempo para alcançar a resposta terapêutica; desse modo, ao longo dos primeiros dias é comum que o sujeito não observe nenhuma melhora.
Se mesmo passando o tempo necessário para avaliação da resposta, a pessoa não apresentar melhora dos sintomas, o psiquiatra deverá avaliar se será necessário um ajuste de dose do remédio, se deverá trocar a medicação ou associar alguma outra medicação ao tratamento. Desse modo, buscará a melhor prescrição para o indivíduo que busca por ajuda: buscando o melhor remédio, a dose adequada dessa medicação e aguardando o tempo necessário para tenha sua ação.
Apesar de o uso de medicações ser uma parte importante das opções de tratamento do psiquiatra, frequentemente não é suficiente ao cuidado da saúde mental. Desse modo, o psiquiatra deverá avaliar a necessidade de outros recursos que possam auxiliar na melhora do indivíduo, tais como psicoterapia, terapia ocupacional, prática de atividade física, intervenções para melhora do sono e da dieta, entre outros. Portanto, mesmo diante de uma prescrição otimizada de medicamentos, a falta de melhora pode ser decorrente da ausência de outras intervenções que impactem na saúde mental do sujeito.