Por que sentimos medo? Uma explicação comportamental
O medo é uma experiência presente na vida humana. Todos nós em algum momento sentimos medo, tanto de algo tangível como um cão feroz, altura ou animal venenoso, como também de riscos como o risco de perder dinheiro em um investimento ou de perder alguém que amamos.
Normalmente, alguns contextos específicos tendem a eliciar medo: ter sua vida ou bem-estar ameaçado; estar em um lugar ou situação que já foi ameaçado no passado; estar no escuro; ter que se apresentar diante de outras pessoas, uma situação nova ou desconhecida. Outro aspecto importante da experiência de medo é que normalmente interpretar os eventos de uma determinada forma pode eliminar medo, como por exemplo: achar que pode ou irá morrer; pensar que pode ser ferido, perder alguém ou algo valioso, sentir que está perdendo o controle (Linehan, 2018).
As reações fisiológicas que acompanham a sensação de medo podem ser diversas, como: aceleramento do coração, músculos tensos, sensação de sufocamento/nó na garganta, experiência de “frio na barriga, tremores dentre outros. Diversos comportamentos tendem a ficar mais frequentes, dentre eles: escapar e fugir; diminuir fala; gritar e chorar (Linehan, 2018).
O medo é um sentimento que sinaliza e nos prepara para nos proteger de uma ameaça a nossa vida. Normalmente a nossa atenção é direcionada para escapar de um perigo. Do ponto de vista da evolução, possuir uma reação de medo a perigos foi importante para nossa sobrevivência, e portanto, foi um traço sendo passado pelas gerações. Ao estar sob efeito de um estado emocional de medo, a velocidade com que nos mobilizarmos para nos proteger é muito maior. Isso torna, portanto, reagir com medo vantajoso em termos de eficiência de se proteger (Linehan, 2018).
Quando o medo se torna muito intenso e impactante para a pessoa, pode ser que ele seja uma evidência de um transtorno psiquiátrico, como no caso das fobias ou transtorno de estresse pós traumático. Essas são questões que precisam de intervenção de medicamentos e processos psicoterápicos específicos, por isso caso esteja experienciando medo com frequência intensa é importante buscar avaliação e acompanhamento de um profissional de saúde mental.
Bibliografia
Linehan, M. M. Treinamento de Habilidades em DBT: Manual de Terapia Comportamental Dialética para o Paciente. 2. Ed. São Paulo: Artmed, 2018.