Pais tóxicos
No mundo ideal os pais são fonte de segurança, apoio, acolhimento. São a base de referência para uma criança amadurecer de maneira saudável e ser um adulto emocionalmente equilibrado. Entretanto, infelizmente com alguma freqüência, a realidade apresenta-se de maneira diferente.
A relação dos pais e/ou cuidadores com o filho pode ser carregada de tensão, instabilidade e medo. Não me refiro necessariamente às relações que possuem freqüente violência e agressão física, mas especialmente as relações em que os abusos e a toxicidade são de ordem emocional.
Responsabilização dos filhos por decisões equivocadas e frustrações; cobranças exageradas; falta de reconhecimento; exposição da vida do filho sem reservas; exercício de controle sobre o aspecto escolar, acadêmico e/ou profissional; reações agressivas quando contrariados; invasão da intimidade e privacidade do filho; chantagens; são alguns sinais muito característicos de uma relação tóxica com os pais ou cuidadores.
Assim como qualquer relação abusiva, há muito sofrimento, trauma e dor. Entretanto, quando se trata de abuso praticado pelos pais, há também um enorme estigma de que o filho terá que enfrentar, justamente pelo ideal construído em torno dessa relação.
Buscar outras referências de paternidade, bem como apoio profissional, podem ser recursos determinantes para superar os prejuízos do vínculo estabelecido com “pais tóxicos” e estabelecer uma condição emocional saudável.