Obesidade e Transtorno de Compulsão Alimentar
É muito comum as pessoas perguntarem se a Obesidade é ou não uma doença psiquiátrica.
Talvez por conta da dificuldade do entendimento dessa condição e também um pouco de preconceito por conta da sociedade, é comum as pessoas se expressarem dizendo que os obesos precisam “tratar a cabeça”. Mas a Obesidade não é um diagnóstico psiquiátrico e na maioria das vezes não está associada a um transtorno alimentar.
Ela é uma condição clínica definida pelo Índice de Massa Corpórea maior ou igual a 30 e sua etiologia é multifatorial, sendo que há fatores genéticos, ambientais e psicossociais envolvidos.
Indivíduos obesos têm grandes chances de apresentarem comorbidades clínicas, como diabetes, hipertensão e dislipidemia, entre outros. Por isso, precisam fazer um acompanhamento com um médico especialista apropriado.
Porém, uma porcentagem de até 30% dos obesos possuem um diagnóstico psiquiátrico chamado Transtorno de Compulsão Alimentar e, nesse caso, ou também caso haja outros diagnósticos psiquiátricos, há a necessidade de acompanhamento com um Psiquiatra.
É comum que esse transtorno se inicie após uma dieta muito restritiva com perda significativa de peso. Caracteriza-se por episódios de compulsão alimentar, em que ocorre a ingestão de grande quantidade de comida em um curto intervalo de tempo e com sensação de perda do auto-controle.
Após as compulsões os pacientes sentem-se culpados, tristes e envergonhados e, por isso, podem passar a se alimentar sozinhos, o que muitas vezes gera isolamento social e mais sofrimento.
O Transtorno de Compulsão Alimentar é o transtorno alimentar mais comum na população e ocorre também em indivíduos eutróficos, não somente em obesos. O que o difere da Bulimia Nervosa é que, no primeiro não há a presença dos mecanismos compensatórios como vômitos e uso de laxantes.
O tratamento é realizado com fármacos que atuam diminuindo as compulsões e uma abordagem comportamental com reeducação alimentar.