O tempo na terapia
Nossa relação com o tempo se tornou delicada, já que ele parece ser cada vez mais escasso.
Praticamente todas as decisões tomadas no nosso dia a dia consideram tempo, hora, prazo, e
com alguma freqüência, construímos a expectativa de que nossas emoções também respeitam
essa lógica.
Entretanto, nosso aparato emocional não depende do relógio. Ficamos tristes por mais tempo
do que esperávamos, somos inundados por alegria imediata quando recebemos uma boa
notícia, nos frustramos sem que esse sentimento respeite nossa programação e as tarefas
necessárias ficam mais difíceis de serem feitas, sentimos raiva instantaneamente ao vermos
uma injustiça.
Quando fazemos psicoterapia, nosso principal foco é a compreensão e organização das nossas
emoções. Entender que isso não está atrelado a prazo, é fundamental para que você consiga
bons resultados.
Cada pessoa tem um tempo de resposta para elabore as mudanças apreendidas no processo
psicoterapêutico, e além disso, considerar que os resultados não precisam ser
necessariamente mensurados de forma objetiva, também pode ajudar. Só o fato de você
pensar em um tema e não sentir a mesma angústia ou dor, já pode ser um ótimo resultado,
ainda que não signifique uma mudança tangível.
Freud disse que: “O pensamento é ensaio para ação”, portanto se você pensa diferente, logo
sua ação também mudará. Tudo é uma questão de tempo, mas o tempo das nossas emoções
não é cronológico e por isso, estar bem emocionalmente pode ser tão desafiador.