O que é psicopatia? Transtorno de personalidade antissocial.
Existem diversos filmes, seriados e novelas que abordam os psicopatas. Esses seriam, de acordo com o senso comum “frios e calculistas” e não teriam sentimentos. Mas e nos dias de hoje, como são vistos os “psicopatas”? Na classificação atual do Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos Mentais 5 (DSM – V), a psicopatia é definida como transtorno de personalidade antissocial.
O transtorno de personalidade antissocial é definido por padrão geral de desrespeito aos direitos dos outros, desde os 15 anos de idade. Há pelo menos três dos seguintes sintomas: fracasso em se ajustar a normas das leis, repetindo atos que podem resultar em prisão; tendência a falsidade e mentiras para conseguir o que quer ou por prazer; impulsividade ou dificuldade de executar planos futuros; irritabilidade e agressividade (histórico de brigas ou agressões físicas); descaso pela própria segurança e dos outros; irresponsabilidade no trabalho ou deixar de pagar dívidas; ausência de remorso acompanhado de interpretação indiferente ou lógica sobre ter ferido, maltratado ou roubado outras pessoas.
É necessário que tenha pelo menos 18 anos, e devem ser descartados outros transtornos psiquiátricos em crise como transtorno afetivo bipolar e esquizofrenia (American Psychiatric Association, 2013).
Além desses sintomas, comumente as pessoas com esse transtorno não possuem empatia e são considerados insensíveis, cínicos e com tendência a ridicularizar os direitos, sentimentos e sofrimentos dos outros. Comumente se encontra uma autoimagem elevada e um charme superficial (tendência à por exemplo, usar termos técnicos para impressionar pessoas que desconhecem o assunto) (American Psychiatric Association, 2013).
Diversos estudos buscaram entender as possíveis causas e funcionamento desse transtorno. Há evidências que adolescentes com alto índice de comportamentos considerados anti sociais tendem a ser menos sensíveis a punições quando existe uma recompensa significativa nas situações, além do cérebro dessas pessoas não ter ativação e funcionamento típicos nesses momentos, o que pode que indicar que essas situações são processadas de forma diferente no funcionamento cerebral (Fonseca; Yule 1995; Gatzke-Kopp et. al. 2009).
Bibliografia
American Psychiatry Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mentaldisorders – DSM-5. 5th.ed. Washington: American Psychiatric Association. 2013.
Gatzke-Kopp LM, Beauchaine TP, Shannon KE, Chipman J, Fleming AP, Crowell SE, Liang O, Johnson LC, Aylward E. Neurological correlates of reward responding in adolescents with and without externalizing behavior disorders. J Abnorm Psychol. 2009
Fonseca AC, Yule W. Personality and antisocial behavior in children and adolescents: an enquiry into Eysenck’s and Gray’s theories. J Abnorm Child Psychol. 1995