O que é narcisismo?
O termo narcisismo foi empregado pela primeira vez em 1887 por Alfred Binet para caracterizar a pessoa que toma a si mesmo como o próprio objeto sexual. Narcisismo vem do mito de Narciso. personagem conhecido por ter se apaixonado pela própria imagem ao ver seu reflexo nas águas de um rio durante uma caçada. Paralisado ao de deparar com a própria beleza, Narciso mergulhou os braços na água para abraçar a imagem. Torturado por esse desejo impossível, chorou e acabou por perceber que ele mesmo era o objeto de seu amor. Quis então separar-se de sua própria pessoa e se feriu até sangrar.
Atualmente, o termo é usado popularmente para descrever o sujeito que é vaidoso e individualista por estar entorpecido por sua própria beleza. O mito de Narciso influenciou muitos artistas, como Caetano Veloso em sua música Sampa:
“[…]
Quando eu te encarei
Frente a frente
Não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi
de mau gosto o mau gosto
É que Narciso acha feio
o que não é espelho
E a mente apavora o que ainda
Não é mesmo velho
Nada do que não era antes
quando não somos mutantes
[…]”
Na Psiquiatria, o Transtorno de Personalidade Narcisista caracteriza o indivíduo que preenche os seguintes critérios diagnósticos: “um padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou comportamento), necessidade de admiração e falta de empatia que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
1. Tem uma sensação grandiosa da própria importância (p. ex., exagera conquistas e talentos, espera ser reconhecido como superior sem que tenha as conquistas correspondentes).
2. É preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal.
3. Acredita ser “especial” e único e que pode ser somente compreendido por, ou associado a, outras pessoas (ou instituições) especiais ou com condição elevada.
4. Demanda admiração excessiva.
5. Apresenta um sentimento de possuir direitos (i.e., expectativas irracionais de tratamento especialmente favorável ou que estejam automaticamente de acordo com as próprias expectativas).
6. É explorador em relações interpessoais (i.e., tira vantagem de outros para atingir os próprios fins).
7. Carece de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e as necessidades dos outros.
8. É frequentemente invejoso em relação aos outros ou acredita que os outros o invejam.
9. Demonstra comportamentos ou atitudes arrogantes e insolentes.