O que é inteligência fluída e inteligência cristalizada?
Definir o que é inteligência não é uma tarefa fácil devido às diversas teorias existentes que sempre tiveram seu papel ao longo da história. Na própria psicologia o termo inteligência abarca diferentes significados. No entanto, podemos dizer que a inteligência se relaciona com a habilidade de utilizar os conhecimentos adquiridos para solucionar problemas do dia a dia e direcionar ações e metas.
Dois termos são bastante aceitos e usados por estudiosos em suas pesquisas e dizem respeito ao conceito de inteligência fluida e inteligência cristalizada. Estes termos foram introduzidos pelo psicólogo Raymond Cattell que constatou dois fatores gerais da inteligência.
A inteligência fluida se associa a elementos não verbais que não dependem tanto de conhecimentos previamente adquiridos, ou seja, a educação formal ou informal não exerce tanta influência. Diz respeito a um conjunto de habilidades intelectuais que são necessárias em tarefas que exigem formação de conceitos, identificação de relações complexas e realização de inferências. É a capacidade de raciocinar rapidamente frente a desafios novos.
Por outro lado, a inteligência cristalizada está mais relacionada a capacidade de resolver problemas do cotidiano e é desenvolvida a partir da experiência educacional e cultural. O uso de tarefas que tem como objetivo reconhecer o significado de palavras é comum para avaliar este tipo de inteligência. O fator geral na inteligência cristalizada é o repertório que acumulamos ao longo dos anos.
Em adultos mais velhos a inteligência cristalizada é mais alta do que em jovens e tende a permanecer estável durante a vida adulta. Já a inteligência fluida é, em média, mais alta em adultos mais jovens do que mais velhos, porém decline gradativamente desde a juventude até a terceira idade.
Pesquisas mostram que adultos com maior nível de instrução apresentam pouco declínio conforme envelhecem, ao passo que adultos com menor instrução apresentam um declínio significativo indicando então que a inteligência e a instrução, e não a idade cronológica, são importantes em questão de declínio das habilidades. Além disso, realizar algum tipo de atividade altera o padrão de declínio com o avanço da idade, pois a competência em resolver problemas em alguma área tende a aumentar com a idade e se relaciona com a inteligência cristalizada.
Deste modo, ainda que pessoas mais velhas apresentem maior dificuldade e mais tempo para resolver tarefas não familiares, esta dificuldade pode ser compensada em partes em sua área de conhecimento a partir de sua experiência. Ou seja, ainda que haja um declínio na inteligência fluida é possível que este declínio seja parcialmente compensado pela capacidade da inteligência cristalizada.
Compreender mais o comportamento humano e poder contribuir de alguma maneira na qualidade de vida das pessoas, sempre me gerou curiosidade e interesse. Por isto, desde muito cedo me apaixonei pela Psicologia.
Ainda na graduação de psicologia conduzi meus olhares para área de saúde mental e participei da equipe de doenças neurodegenerativas na UNIFESP, onde tive meus primeiros contatos com a Neuropsicologia.
Iniciei minhas especializações pela Psicopatologia e Dependência Química. Essa experiência me trouxe o desejo de aprofundar ainda mais meus conhecimentos na relação entre neurociência e a saúde mental. Por isto, escolhi o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP para consolidar minha atuação clínica.
No Instituto atuei como Psicoterapeuta abordando temas relacionados a masculinidade e feminilidade no Gender Group. Também estive como colaboradora no Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Álcool e Drogas (GREA), o que contribuiu para ampliar e fortalecer meu repertório sobre dependência química.
Retomei o contato com a Neuropsicologia, área promissora que estabelece relação entre o funcionamento cerebral e o comportamento humano, na qual possuo título de especialista.
Além de realizar diversas avaliações neuropsicológicas e de personalidade em áreas como a Psiquiatria, Neurologia, pude também me capacitar e atuar no contexto jurídico através do Núcleo Forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (NUFOR).
Construí minha carreira de maneira sólida, com atualizações profundas e constantes. Mesmo assim, entendo que meu trabalho baseia-se no pressuposto de que teoria nenhuma abarca a complexidade da alma humana.
Empatia e escuta individualizada são exercícios constantes; eixos para um atendimento mais humano e personalizado.
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