O que acontece no cérebro do portador de Doença de Alzheimer?
Como temos discutido nas últimas semanas, a Doença de Alzheimer é a principal causa de demência nos idosos. Trata-se de uma doença que leva a alterações no sistema nervoso que se iniciam anos antes de aparecerem os sintomas e que culminam em alterações na cognição e no comportamento.
Mas quais são essas alterações que acontecem nos portadores de doença de Alzheimer? Tratam-se de duas principais: as placas de beta-amilóide e os emaranhados neurofibrilares. O que seriam cada uma delas?
A tau é uma proteína que liga microtúbulos nos neurônios. Os microtúbulos funcionam como o “esqueleto” da célula e servem para o transporte de substância dentro do neurônio. As proteínas tau que não ficam ligadas aos microtúbulos se ligam umas a outras, formando um “aglomerado de tau”, denominado de emaranhado neurofibrilar. Tais emaranhados atrapalham a formação e o funcionamento adequados dos microtúbulos. Ou seja, é como se o “esqueleto” da célular nervosa e seu sistema de transporte de substâncias não estivesse bem, alterando a forma e o funcionamento do neurônio.
Por sua vez, as placas de beta–amiloide são formadas pelo processamento defeituoso de uma proteína que fica na membrana dos neurônios. O processamento incorreto dessas proteínas leva ao acúmulo de uma substância chamada beta-amilóide, que formam placas fora dos neurônios. Essas placas que são formadas têm efeitos tóxicos para os neurônios.
Essas modificações trazem danos ao sistema nervoso, que vai progressivamente perdendo neurônios, levando a uma atrofia (diminuição) do cérebro. Essa diminuição acontece inicialmente em algumas regiões do cérebro (chamadas córtex entorrinal, hipocampo) e posteriormente se espalham para o restante dele.
Bibliografia: Mast, BT; Yochim, BP. Doença de Alzheimer e demência. 1 ed. São Paulo : Hogrefe, 2019.