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O início da psiquiatria científica na escola alemã

10 de julho de 2019
Por: Dr. Renato Mancini
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O início da psiquiatria científica na escola alemã

 

Caros leitores,

Este é um pequeno trecho do Capítulo da História da Psiquiatria que eu escrevi para o livro ‘Clínica Psiquiátrica’, referência no ensino de Psiquiatria para o Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP.

O nascimento da Psiquiatria como Ciência sempre foi objeto de grande fascínio para mim, inclusive antes de eu vir a me tornar médico.

Para além do mero valor histórico, o trecho aborda temas extremamente atuais, como a importância da longitudinalidade no acompanhamento psiquiátrico, ou do rigor e uniformização no uso de termos técnicos para a descrição de alterações psicopatológicas.

O início da psiquiatria científica na escola alemã

 Até meados do século XIX, a compreensão médica acerca dos transtornos mentais combinava uma nomenclatura psicopatológica confusa a métodos de estudo e observação imprecisos e sem qualquer rigor científico. Para citar apenas alguns exemplos, os termos “loucura”, “mania”, “demência” e “psicose” eram utilizados de forma pouco discriminada e intercambiável, sem consenso acerca do que viriam a significar. O termo “melancolia”, por outro lado, era utilizado indistintamente para expressar sentimentos de tristeza inócuos e graves patologias de humor.

Neste clima de notável desordem nosográfica, parece apenas natural que a primeira tentativa de classificar as patologias psiquiátricas tenha sido de tendência universalizante. Num primeiro movimento que tentava separar o que poderia ser chamado de funcionamento psíquico patológico daquele classificado como saudável, autores como Guislain, von Zeller e Griesinger defendiam que uma espécie de mosaico de patologias psiquiátricas sem distinção clara entre si tinham uma etiologia comum, que seria classificada doravante como psicose endógena, estabelecendo a assim chamada teoria da psicose unitária. O termo psicose, neste contexto, não se referia exclusivamente aos quadros psicóticos como são concebidos hoje, mas sim à totalidade do que se entendia à época como doença mental.

Ainda que de algum valor em termos históricos, esta espécie de “pangeia psicopatológica” foi clivada pela força das evidências que foram sendo coletadas com novos e mais bem elaborados estudos sobre a classificação de transtornos mentais.

Nenhum nome se associa a este primeiro momento da psicopatologia tanto quanto o de Emil Kraepelin (1856-1926). Primeiro psiquiatra a considerar o estabelecimento de uma rotina de observação e experimentação científicas como chave para a melhor compreensão dos transtornos mentais, a Kraepelin coube também a primazia de estabelecer a primeira separação no campo dos transtornos mentais, importante ainda hoje: a chamada dicotomia kraepeliniana separou a anteriormente soberana psicose endógena entre as doravante chamadas demência precoce (dementia praecox), posteriormente rebatizada de esquizofrenia, e psicose maníaco-depressiva, atualmente conhecida como transtorno afetivo bipolar. Este compreendia, por extensão, os demais transtornos do humor, já que Kraepelin não concebia ainda a distinção entre transtornos de humor unipolares e bipolares.

De fundamental importância para as descobertas de Kraepelin foi a importância atribuída por ele à longitudinalidade na observação dos transtornos mentais, importância esta que ainda hoje se faz presente no diagnóstico psiquiátrico. Mesmo nos dias de hoje, não é incomum que quadros de transtornos mentais agudos possam confundir até mesmo um examinador experiente, que pode ficar na dúvida, por exemplo, se um paciente estaria abrindo um surto psicótico ou tendo um quadro maniforme. A observação longitudinal, no entanto, permitiu a Kraepelin (e, por consequência, a todos os que viriam depois) observar que alguns pacientes apresentavam momentos de crise intercalados com períodos com a funcionalidade relativamente intacta, encaixando-se, portanto, na classificação da psicose maníaco-depressiva, enquanto outros apresentavam uma notável queda no pragmatismo a partir do primeiro surto, nunca chegando perto de recuperar o nível de funcionamento anterior. A estes, Kraepelin chamava à época de dementia praecox, justamente pelo padrão de deterioração cognitiva precoce e inexorável observado.

 

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      Caros leitores, Este é um pequeno trecho do Capítulo da História da Psiquiatria que eu escrevi para o livro ‘Clínica Psiquiátrica’, referência no ensino de Psiquiatria para o Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP. O nascimento da Psiquiatria como Ciência sempre foi objeto de grande fascínio para mim, inclusive antes de eu vir a me tornar médico. Para além do mero valor histórico, o trecho aborda temas extremamente atuais, como a importância da longitudinalidade no acompanhamento psiquiátrico, ou do rigor e uniformização no uso de termos técnicos para a descrição de alterações psicopatológicas. O início da psiquiatria científica na escola alemã  Até meados do século XIX, a compreensão médica acerca dos transtornos mentais combinava uma nomenclatura psicopatológica confusa a métodos de estudo e observação imprecisos e sem qualquer rigor científico. Para citar apenas alguns exemplos, os termos “loucura”, “mania”, “demência” e “psicose” eram utilizados de forma pouco discriminada e intercambiável, sem consenso acerca do que viriam a significar. O termo “melancolia”, por outro lado, era utilizado indistintamente para expressar sentimentos de tristeza inócuos e graves patologias de humor. Neste clima de notável desordem nosográfica, parece apenas natural que a primeira tentativa de classificar as patologias psiquiátricas tenha sido de tendência universalizante. Num primeiro movimento que tentava separar o que poderia ser chamado de funcionamento psíquico patológico daquele classificado como saudável, autores como Guislain, von Zeller e Griesinger defendiam que uma espécie de mosaico de patologias psiquiátricas sem distinção clara entre si tinham uma etiologia comum, que seria classificada doravante como psicose endógena, estabelecendo a assim chamada teoria da psicose unitária. O termo psicose, neste contexto, não se referia exclusivamente aos quadros psicóticos como são concebidos hoje, mas sim à totalidade do que se entendia à época como doença mental. Ainda que de algum valor em termos históricos, esta espécie de “pangeia psicopatológica” foi clivada pela força das evidências que foram sendo coletadas com novos e mais bem elaborados estudos sobre a classificação de transtornos mentais. Nenhum nome se associa a este primeiro momento da psicopatologia tanto quanto o de Emil Kraepelin (1856-1926). Primeiro psiquiatra a considerar o estabelecimento de uma rotina de observação e experimentação científicas como chave para a melhor compreensão dos transtornos mentais, a Kraepelin coube também a primazia de estabelecer a primeira separação no campo dos transtornos mentais, importante ainda hoje: a chamada dicotomia kraepeliniana separou a anteriormente soberana psicose endógena entre as doravante chamadas demência precoce (dementia praecox), posteriormente rebatizada de esquizofrenia, e psicose maníaco-depressiva, atualmente conhecida como transtorno afetivo bipolar. Este compreendia, por extensão, os demais transtornos do humor, já que Kraepelin não concebia ainda a distinção entre transtornos de humor unipolares e bipolares. De fundamental importância para as descobertas de Kraepelin foi a importância atribuída por ele à longitudinalidade na observação dos transtornos mentais, importância esta que ainda hoje se faz presente no diagnóstico psiquiátrico. Mesmo nos dias de hoje, não é incomum que quadros de transtornos mentais agudos possam confundir até mesmo um examinador experiente, que pode ficar na dúvida, por exemplo, se um paciente estaria abrindo um surto psicótico ou tendo um quadro maniforme. A observação longitudinal, no entanto, permitiu a Kraepelin (e, por consequência, a todos os que viriam depois) observar que alguns pacientes apresentavam momentos de crise intercalados com períodos com a funcionalidade relativamente intacta, encaixando-se, portanto, na classificação da psicose maníaco-depressiva, enquanto outros apresentavam uma notável queda no pragmatismo a partir do primeiro surto, nunca chegando perto de recuperar o nível de funcionamento anterior. A estes, Kraepelin chamava à época de dementia praecox, justamente pelo padrão de deterioração cognitiva precoce e inexorável observado.  
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