A única certeza que temos e, ao mesmo tempo, a ocasião a qual ninguém deseja comparecer. Ou quase ninguém.
Licenças poéticas e chistosas à parte, a morte já há alguns meses tem nos visitado de forma ostensiva, em decorrência da pandemia do COVID-19.
A dor da perda de um ente querido ou mesmo a dor de perdas de pessoas que não são necessariamente próximas a nós ou nem tampouco conhecidas, mas que são, cada um, de alguma forma, parte da gente.
O luto engloba diferentes reações intensas que são vividas diante da morte de uma pessoa querida. Algumas das reações mais comuns são a tristeza, a confusão e um forte desejo de ter a pessoa ao lado como antes. Com o passar do tempo, a tendência é que essas reações diminuam de intensidade e frequência, embora a lembrança da pessoa querida ainda seja capaz de estimular alguma dessas reações, mesmo muitos anos depois do acontecimento.
O famoso e já muito difundido “Modelo dos 5 Estágios da Morte”, embora muito utilizado, apresenta algumas inconsistências ao ser tomado como medida fixa de algo dinâmico e até minimamente variável, como as emoções envolvidas numa situação de luto.
Com base na obra da psicóloga Elizabeth Kuber-Ross _ “On Death and Dying” (Sobre a Morte e o Morrer) , ela descreve seu modelo composto por 5 estágios subsequentes enquanto uma maneira de medir a reação dos sujeitos pesquisados à notícia de que apresentavam uma doença extremamente grave, e não, conforme ficou conhecido, à maneira de reagir à morte de um ente querido.
Contudo, a própria autora acabou por considerar o modelo como uma boa forma de medir as reações ao luto.
De lá para cá, alguns cientistas resolveram testar se é realmente assim que as pessoas costumam reagir ao luto.
Descobriram que, basicamente, diferentes pessoas vivenciam o luto de diferentes maneiras. E que não há necessariamente uma sequência específica de etapas ou estágios para uma vivência como a do luto.
Algumas pessoas vivenciam momentos de maneira semelhante ao descrito no modelo, enquanto outras o fazem de modo completamente diferente.
De acordo com o estudo citado, o qual pode ser acessado em Resilience to loss and chronic grief: A prospectiv study from prelos to 18-months post-loss _ in _ Journal of Personality and Social Psychology,
observou-se que 90% das pessoas que haviam perdido seu esposo ou esposa não seguiram a trajetória prevista pelo modelo de estágios. 90% não é um número que passe desapercebido. O que nos leva a outros problemas.
Os estereótipos da maneira como as pessoas deveriam vivenciar o luto podem estigmatizar aqueles que não se adequam a eles. Algumas pessoas podem injustamente ser reprimidas por estarem sofrendo “a menos ou a mais do que deveriam”. Podem ser questionadas por estarem sofrendo de forma prolongada ou poder ter seus sentimentos por quem faleceu questionados caso não chore, se desespere ou apresente as reações psicológicas esperadas àquele contexto cultural.
Como o modelo dos estágios foi muito difundido e sugere qual é a forma “normal” de se adaptar à morte de alguém, o que uma pessoa deveria concluir caso lhe seja apresentado o modelo de 5 estágios, em ordem de tentar lhe aplacar a dor?
Antes de mais nada, o acolhimento do momento de dor. Tal já mostra que o enlutado não está sendo, sob nenhuma circunstância, inadequado por sentir-se diferente do que o previsto na escala.
A vivência do luto é particular e única, pertencente a cada um, não cabendo a ninguém julgar ou fazer cobranças sobre a forma “certa”ou “normal” de agir.
O respeito à dor está em permitir ao sujeito que a experimente, a seu tempo e a seu modo, sem buscar encaixá-la em padrões aceitáveis.
Não fazer nada é diferente de menosprezar ativamente a dor do outro, ou fazer pouco caso de seu tamanho e de sua importância.
Oferecer apoio num momento de luto pode ser o ato de aparar as lágrimas, ao invés de impedi-las de cair. Caso não caiam, deixar que surja, a qualquer tempo, a necessidade de pedir ajuda e um ombro amigo.
Minha curiosidade pelos processos da mente humana, suas estruturas, as viscissitudes e singularidades que fazem cada um de nós ser tão único, o gosto pelos estudos.
A Morte. Ela, cedo ou tarde, inexorável. A única certeza que temos e, ao mesmo tempo, a ocasião a qual ninguém deseja comparecer. Ou quase ninguém. Licenças poéticas e chistosas à parte, a morte já há alguns meses tem nos visitado de forma ostensiva, em decorrência da pandemia do COVID-19. A dor da perda de um ente querido ou mesmo a dor de perdas de pessoas que não são necessariamente próximas a nós ou nem tampouco conhecidas, mas que são, cada um, de alguma forma, parte da gente. Respeito. Reverência. Silêncio. Medo. Sensibilidade. O que o luto inspira para você? O luto engloba diferentes reações intensas que são vividas diante da morte de uma pessoa querida. Algumas das reações mais comuns são a tristeza, a confusão e um forte desejo de ter a pessoa ao lado como antes. Com o passar do tempo, a tendência é que essas reações diminuam de intensidade e frequência, embora a lembrança da pessoa querida ainda seja capaz de estimular alguma dessas reações, mesmo muitos anos depois do acontecimento. O famoso e já muito difundido “Modelo dos 5 Estágios da Morte”, embora muito utilizado, apresenta algumas inconsistências ao ser tomado como medida fixa de algo dinâmico e até minimamente variável, como as emoções envolvidas numa situação de luto. Com base na obra da psicóloga Elizabeth Kuber-Ross _ “On Death and Dying” (Sobre a Morte e o Morrer) , ela descreve seu modelo composto por 5 estágios subsequentes enquanto uma maneira de medir a reação dos sujeitos pesquisados à notícia de que apresentavam uma doença extremamente grave, e não, conforme ficou conhecido, à maneira de reagir à morte de um ente querido. Contudo, a própria autora acabou por considerar o modelo como uma boa forma de medir as reações ao luto. De lá para cá, alguns cientistas resolveram testar se é realmente assim que as pessoas costumam reagir ao luto. Descobriram que, basicamente, diferentes pessoas vivenciam o luto de diferentes maneiras. E que não há necessariamente uma sequência específica de etapas ou estágios para uma vivência como a do luto. Algumas pessoas vivenciam momentos de maneira semelhante ao descrito no modelo, enquanto outras o fazem de modo completamente diferente. De acordo com o estudo citado, o qual pode ser acessado em Resilience to loss and chronic grief: A prospectiv study from prelos to 18-months post-loss _ in _ Journal of Personality and Social Psychology, observou-se que 90% das pessoas que haviam perdido seu esposo ou esposa não seguiram a trajetória prevista pelo modelo de estágios. 90% não é um número que passe desapercebido. O que nos leva a outros problemas. Os estereótipos da maneira como as pessoas deveriam vivenciar o luto podem estigmatizar aqueles que não se adequam a eles. Algumas pessoas podem injustamente ser reprimidas por estarem sofrendo “a menos ou a mais do que deveriam”. Podem ser questionadas por estarem sofrendo de forma prolongada ou poder ter seus sentimentos por quem faleceu questionados caso não chore, se desespere ou apresente as reações psicológicas esperadas àquele contexto cultural. Como o modelo dos estágios foi muito difundido e sugere qual é a forma “normal” de se adaptar à morte de alguém, o que uma pessoa deveria concluir caso lhe seja apresentado o modelo de 5 estágios, em ordem de tentar lhe aplacar a dor? Antes de mais nada, o acolhimento do momento de dor. Tal já mostra que o enlutado não está sendo, sob nenhuma circunstância, inadequado por sentir-se diferente do que o previsto na escala. A vivência do luto é particular e única, pertencente a cada um, não cabendo a ninguém julgar ou fazer cobranças sobre a forma “certa”ou “normal” de agir. O respeito à dor está em permitir ao sujeito que a experimente, a seu tempo e a seu modo, sem buscar encaixá-la em padrões aceitáveis. Não fazer nada é diferente de menosprezar ativamente a dor do outro, ou fazer pouco caso de seu tamanho e de sua importância. Oferecer apoio num momento de luto pode ser o ato de aparar as lágrimas, ao invés de impedi-las de cair. Caso não caiam, deixar que surja, a qualquer tempo, a necessidade de pedir ajuda e um ombro amigo. Se precisa de ajuda ou está com dúvidas, não deixe de se consultar com profissionais que podem te ajudar. Entre em contato com os nossos profissionais clicando aqui.
A Morte. Ela, cedo ou tarde, inexorável. A única certeza que temos e, ao mesmo tempo, a ocasião a qual ninguém deseja comparecer. Ou quase ninguém. Licenças poéticas e chistosas à parte, a morte já há alguns meses tem nos visitado de forma ostensiva, em decorrência da pandemia do COVID-19. A dor da perda de um ente querido ou mesmo a dor de perdas de pessoas que não são necessariamente próximas a nós ou nem tampouco conhecidas, mas que são, cada um, de alguma forma, parte da gente. Respeito. Reverência. Silêncio. Medo. Sensibilidade. O que o luto inspira para você? O luto engloba diferentes reações intensas que são vividas diante da morte de uma pessoa querida. Algumas das reações mais comuns são a tristeza, a confusão e um forte desejo de ter a pessoa ao lado como antes. Com o passar do tempo, a tendência é que essas reações diminuam de intensidade e frequência, embora a lembrança da pessoa querida ainda seja capaz de estimular alguma dessas reações, mesmo muitos anos depois do acontecimento. O famoso e já muito difundido “Modelo dos 5 Estágios da Morte”, embora muito utilizado, apresenta algumas inconsistências ao ser tomado como medida fixa de algo dinâmico e até minimamente variável, como as emoções envolvidas numa situação de luto. Com base na obra da psicóloga Elizabeth Kuber-Ross _ “On Death and Dying” (Sobre a Morte e o Morrer) , ela descreve seu modelo composto por 5 estágios subsequentes enquanto uma maneira de medir a reação dos sujeitos pesquisados à notícia de que apresentavam uma doença extremamente grave, e não, conforme ficou conhecido, à maneira de reagir à morte de um ente querido. Contudo, a própria autora acabou por considerar o modelo como uma boa forma de medir as reações ao luto. De lá para cá, alguns cientistas resolveram testar se é realmente assim que as pessoas costumam reagir ao luto. Descobriram que, basicamente, diferentes pessoas vivenciam o luto de diferentes maneiras. E que não há necessariamente uma sequência específica de etapas ou estágios para uma vivência como a do luto. Algumas pessoas vivenciam momentos de maneira semelhante ao descrito no modelo, enquanto outras o fazem de modo completamente diferente. De acordo com o estudo citado, o qual pode ser acessado em Resilience to loss and chronic grief: A prospectiv study from prelos to 18-months post-loss _ in _ Journal of Personality and Social Psychology, observou-se que 90% das pessoas que haviam perdido seu esposo ou esposa não seguiram a trajetória prevista pelo modelo de estágios. 90% não é um número que passe desapercebido. O que nos leva a outros problemas. Os estereótipos da maneira como as pessoas deveriam vivenciar o luto podem estigmatizar aqueles que não se adequam a eles. Algumas pessoas podem injustamente ser reprimidas por estarem sofrendo “a menos ou a mais do que deveriam”. Podem ser questionadas por estarem sofrendo de forma prolongada ou poder ter seus sentimentos por quem faleceu questionados caso não chore, se desespere ou apresente as reações psicológicas esperadas àquele contexto cultural. Como o modelo dos estágios foi muito difundido e sugere qual é a forma “normal” de se adaptar à morte de alguém, o que uma pessoa deveria concluir caso lhe seja apresentado o modelo de 5 estágios, em ordem de tentar lhe aplacar a dor? Antes de mais nada, o acolhimento do momento de dor. Tal já mostra que o enlutado não está sendo, sob nenhuma circunstância, inadequado por sentir-se diferente do que o previsto na escala. A vivência do luto é particular e única, pertencente a cada um, não cabendo a ninguém julgar ou fazer cobranças sobre a forma “certa”ou “normal” de agir. O respeito à dor está em permitir ao sujeito que a experimente, a seu tempo e a seu modo, sem buscar encaixá-la em padrões aceitáveis. Não fazer nada é diferente de menosprezar ativamente a dor do outro, ou fazer pouco caso de seu tamanho e de sua importância. Oferecer apoio num momento de luto pode ser o ato de aparar as lágrimas, ao invés de impedi-las de cair. Caso não caiam, deixar que surja, a qualquer tempo, a necessidade de pedir ajuda e um ombro amigo. Se precisa de ajuda ou está com dúvidas, não deixe de se consultar com profissionais que podem te ajudar. Entre em contato com os nossos profissionais clicando aqui.
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