Níveis de gravidade no autismo em relação a comunicação social

O transtorno do espectro autista caracteriza-se por déficits persistentes na comunicação e nas
interações sociais em diversos contextos, como déficits em reciprocidade social, habilidade em
desenvolver, manter e compreender relacionamentos e comportamentos não verbais de
comunicação usados em interação social. Além disso, para o diagnóstico é necessário a
presença de padrões restritos ou repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
O Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5) classifica o transtorno, com
base em prejuízos na comunicação social e em padrões de comportamento restritos e
repetitivos, em três níveis. No presente texto focaremos nos níveis de gravidade em relação a
comunicação social:
Nível 1 – “Exigindo apoio”
Na ausência de apoio, déficits na comunicação social causam prejuízos notáveis. Dificuldade
para iniciar interações sociais e exemplos claros de respostas atípicas ou sem sucesso a
abertura social dos outros. Pode parecer apresentar interesse reduzido por interações sociais.
Ex: uma pessoa que consegue falar frases completas e envolver-se na comunicação, embora
apresente falhas na conversação e cujas tentativas de fazer amizades são estranhas ou
malsucedidas.
Nível 2 – “Exigindo apoio substancial”
Déficits graves na habilidade de comunicação social verbal e não-verbal e prejuízos sociais
aparentes mesmo na presença de apoio, limitação em dar início a interações sociais e resposta
reduzida ou anormal a aberturas sociais. Ex: uma pessoa que fala frases simples, cuja interação
se limita a interesses especiais reduzidos e que apresenta comunicação não-verbal estranha.
Nível 3 – “Exigindo apoio muito substancial”
Déficits graves na habilidade de comunicação social verbal e não verbal causam prejuízos
graves de funcionamento, grande limitação em dar início em interações sociais e resposta
mínima a aberturas sociais que partem de outros. Ex: uma pessoa com fala inteligível de
poucas palavras que raramente inicia as interações e, quando o faz, tem abordagens incomuns
apenas para satisfazer a necessidade e reage somente a abordagens sociais muito diretas.

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Dr. Lucas Silveira

Psicólogo, neuropsicólogo

Meu interesse em Psicologia nasce da minha curiosidade em compreender o comportamento humano e na habilidade e potencialidade que esta profissão oferece de uma escuta diferenciada.

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