Mal-estar psíquico e somatização
Muito se discute sobre a relação mente-corpo e os processos de adoecimento com implicações e expressões físicas sobre o mal-estar psíquico. A psicossomática (psykhé)=psico-mente, (soma)=alma-corpo é a ciência interdisciplinar que cuida de investigar questões relacionadas a sintomas que não podem ser justificados por causas orgânicas.
O termo “medicina psicossomática” começou a ser utilizado nas primeiras décadas do século XX, mas só foi definida de fato em trabalho realizado por Johann Christian August Heinroth entre 1918 e 1928.
A psicossomática foi uma herança dos trabalhos psicanalíticos acerca da origem inconsciente das doenças e, mais especificamente, dos estudos das paralisias e sintomas histéricos observados em pacientes atendidos por Jean–Martin Charcot (18251893) e Josef Breuer (1842-1925), antes mesmo das contribuições de Freud para criação da psicanálise.
É sabido que, quando mal elaborados, os conteúdos inconscientes podem se converter em sintomas físicos e, comumente, demoram a ser entendidos os fatores desencadeantes. Muitos pacientes procuram médicos especialistas na busca de respostas (e soluções) para seus sintomas e é muito comum o psicólogo ou o psiquiatra serem os últimos desta lista, não à toa, tendo em vista o estigma dessas profissões.
Já dizia Freud que “a cura pela palavra” era um método bastante eficaz para dissolução dos sintomas, de modo que o analista traduzia tais conteúdos inconscientes do paciente e ao trazia para a consciência.
Casos clássicos de histeria, tais como os atendidos por Freud e Breuer, foram perdendo espaço para outras patologias tão ou mais graves, mas a cura pela fala ainda é a melhor forma de autoconhecimento, possibilitando o surgimento de novas abordagens teóricas presentes até hoje.
1 Comment
Anete Mancini
Muito bom. Obrigada